O promotor de justiça de Defesa da
Saúde, Herbeth Costa Figueiredo, recebeu do secretário municipal de saúde,
Vinicius José da Silva Nina, na manhã desta quinta-feira, 10, dois relatórios
sobre a situação das unidades de urgência e emergência de São Luís e as
condições de trabalho da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). A
secretária-adjunta de ações e serviços de saúde, Silvia Cavalcante, também
participou da reunião.
Na visita, Vinicius Nina informou que,
devido às condições "caóticas" no sistema municipal, o prefeito
Edivaldo Holanda Junior decretou estado de emergência. "As irregularidades
são muitas, incluindo um rombo no orçamento, e precisamos agir para garantir o
atendimento à população", afirmou o secretário.
O promotor Herbeth Figueiredo aproveitou
o encontro para informar sobre as investigações feitas pelo Ministério Público
do Maranhão atestando irregularidades no Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) e nos hospitais de urgência Djalma Marques (Socorrão I) e
Clementino Moura (Socorrão II). "As condições de atendimento nos hospitais
são graves e precisam de uma intervenção rápida", avaliou.
CENÁRIO
Nos relatórios, a Semus informa que, em
geral, as 90 unidades de saúde de São Luís necessitam de reformas e adequações
na parte hidráulica, elétrica e de infraestrutura, incluindo a sede da
secretaria. Além disso, o prédio onde funciona a Central de Marcação de Exames
e Consultas (Cemarc) e a rede de urgência e emergência encontram-se
"totalmente inadequados aos padrões mínimos" exigidos pela legislação
sanitária.
Da frota de 181 veículos, apenas 21
apresentam condições de uso. Os serviços de limpeza, manutenção dos prédios e
segurança estão paralisados pela falta de pagamento aos prestadores
contratados.
Segundo a Semus, há um desabastecimento
total das unidades de saúde, faltando insumos, materiais médico-hospitalares,
nutrição e dietética. Faltam sondas de respiração, cateteres e gesso. Nas
farmácias dos hospitais, faltam remédios. Já nos laboratórios, faltam reagentes
para realização de exames.
Outro problema detectado são os
contratos e convênios com prazos vencidos, pagos por via indenizatória, como
uma estratégia de não paralisação dos serviços. Em relação aos recursos humanos
há várias modalidades de pagamento de pessoal, gerando várias folhas. Não foram
identificados critérios uniformes obedecendo à carga horária, categoria
profissional e perfil do serviço.
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