Newton Ishii foi condenado na
Operação Sucuri, mas recorreu.
Caso de 2003 ainda corre nas
esferas criminal e administrativa.

Samuel Nunes e James Alberti
Do G1 PR e da RPC
O Superior Tribunal de Justiça
(STJ) negou um recurso de três réus da Operação Sucuri, deflagrada em 2003,
contra 19 policiais federais, além de agentes da Receita Federal e da Polícia
Rodoviária Federal. Um dos envolvidos no caso é o agente Newton Hidenori Ishii,
que ficou conhecido como “Japonês da Federal”, ao aparecer constantemente
escoltando presos da Operação Lava Jato.
À época, as investigações
mostraram que os agentes facilitavam a entrada de contrabando no país, pela
fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Segundo o advogado Oswaldo
Loureiro de Mello Júnior, que defende Ishii e outros 14 réus, os processos
decorrentes da Operação Sucuri ainda estão correndo na Justiça e nenhum dos
acusados cumpriu qualquer pena.
O caso, contudo, segue sob
segredo de Justiça. Em 2009, o juiz federal Pedro Carvalho Aguirre Filho, que
coordenava os processos em Foz do Iguaçu, emitiu uma nota esclarecendo apenas
que os agentes federais condenados haviam recebido penas que variavam entre
oito anos, um mês e 20 dias de reclusão,
além de 160 dias-multa a quatro anos e oito meses de reclusão e 100 dias-multa.
"Um denunciado do grupo de
contrabandistas foi absolvido de todas as acusações, bem como do grupo de servidores
públicos federais, réus nas ações penais decorrentes da Operação Sucuri, foram
absolvidos quatro Agentes de Polícia Federal e dois Técnicos da Receita
Federal", explicou Aguirre Filho, sem detalhar os nomes dos réus.
Na decisão do STJ, tomada pelo ministro
Félix Fischer, há um trecho que trata da redução de pena para quatro anos, dois
meses e 21 dias de prisão, em regime semiaberto e mais 95 dias-multa. Todavia,
o texto do magistrado não deixa claro sobre qual dos três apelantes terá a pena
reduzida. A defesa de Ishii diz que ele foi condenado apenas a pagar cestas
básicas.
O advogado de Ishii garantiu que
já recorreu da decisão, à 5ª Turma do STJ, já que a decisão contra os clientes
foi monocrática. Ainda de acordo com ele, há a possibilidade de recorrer ao
Supremo Tribunal Federal, caso continue com decisões desfavoráveis.
Ainda de acordo com o advogado
que o defende, o "Japonês da Federal” responde a três processos, derivados
da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um
terceiro por improbidade administrativa. Todos estão em andamento.
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