O ator critica o juiz Sérgio Moro que estaria agindo como promotor e diz que um pedido de impeachment aceito por um político como Eduardo Cunha é teatro do absurdo.
"O que está em andamento no Brasil hoje, no entanto, é uma tentativa revanchista de antecipar 2018 e derrubar na marra, via Judiciário politizado, um governo eleito por 54 milhões de votos. Um golpe clássico", diz o ator Wagner Moura.

Pela legalidade
Por Wagner Moura
Ser legalista não é o mesmo que
ser governista, ser governista não é o mesmo que ser corrupto. É
intelectualmente desonesto dizer que os governistas ou os simplesmente
contrários ao impeachment são a favor da corrupção.
Embora me espante o ódio cego
por um governo que tirou milhões de brasileiros da miséria e deu oportunidades
nunca antes vistas para os pobres do país, não nego, em nome dessas conquistas,
as evidências de que o PT montou um projeto de poder amparado por um esquema de
corrupção. Isso precisa ser investigado de maneira democrática e imparcial.
Tenho feito inúmeras críticas
públicas ao governo nos últimos 5 anos. O Brasil vive uma recessão que ameaça
todas as conquistas recentes. A economia parou e não há mais dinheiro para
bancar, entre outras coisas, as políticas sociais que mudaram a cara do país.
Ninguém é mais responsável por esse cenário do que o próprio governo.
O esfacelamento das ideias
progressistas, que tradicionalmente gravitam ao redor de um partido de
esquerda, é também reflexo da decadência moral do PT, assim como a popularidade
crescente de políticos fascistas como Jair Bolsonaro.
É possível que a esquerda pague
por isso nas urnas das próximas eleições. Caso aconteça, irei lamentar, mas
será democrático. O que está em andamento no Brasil hoje, no entanto, é uma
tentativa revanchista de antecipar 2018 e derrubar na marra, via Judiciário
politizado, um governo eleito por 54 milhões de votos. Um golpe clássico.
O país vive um Estado
policialesco movido por ódio político. Sergio Moro é um juiz que age como
promotor. As investigações evidenciam atropelos aos direitos consagrados da
privacidade e da presunção de inocência. São prisões midiáticas, condenações
prévias, linchamentos públicos, interceptações telefônicas questionáveis e
vazamentos de informações seletivas para uma imprensa controlada por cinco famílias que nunca toleraram a ascensão de Lula.
Você que, como eu, gostaria que
a corrupção fosse investigada e políticos corruptos fossem para a cadeia não
pode se render a esse vale-tudo típico dos Estados totalitários. Isso é
combater um erro com outro.
Em nome da moralidade,
barbaridades foram cometidas por governos de direita e de esquerda. A luta
contra a corrupção foi também o mote usado pelos que apoiaram o golpe em 1964.
Arrepio-me sempre que escuto
alguém dizer que precisamos "limpar" o Brasil. A ideia estúpida de
que, "limpando" o país de um partido político, a corrupção acabará
remete-me a outras faxinas horrendas que aconteceram ao longo da história do
mundo. Em comum, o fato de todos os higienizadores se considerarem acima da lei
por fazerem parte de uma "nobre cruzada pela moralidade".
Você que, por ser contra a
corrupção, quer um país governado por Michel Temer deve saber que o processo de
impeachment foi aceito por conta das chamadas pedaladas fiscais, e não pelo
escândalo da Petrobras. Um impeachment sem crime de responsabilidade provado
contra a presidente é inconstitucional.
O nome de Dilma Rousseff não
consta na lista, agora sigilosa, da Odebrecht, ao contrário dos de muitos que
querem seu afastamento. Um pedido de impeachment aceito por um político como
Eduardo Cunha, que o fez não por dever de consciência, mas por puro revide
político, é teatro do absurdo.
O fato de o ministro do STF
Gilmar Mendes promover em Lisboa um seminário com lideranças oposicionistas,
como os senadores Aécio Neves e José Serra, é, no mínimo, estranho. A foto do
juiz Moro com o tucano João Doria em evento empresarial é, no mínimo,
inapropriada.
E se você também achar que há
algo de tendencioso no reino das investigações, não significa que você
necessariamente seja governista, muito menos apoiador de corruptos. Embora a TV
não mostre, há muitos fazendo as mesmas perguntas que você.
WAGNER
MOURA, 39, é ator. Protagonizou os
filmes "Tropa de Elite" (2007) e "Tropa de Elite 2" (2010).
Foi indicado ao prêmio Globo de Ouro neste ano pela série "Narcos"
(Netflix)
Vagner moura sua cabeça deve estar cheia de gases(peido) kkkk
ResponderExcluirQuando vc fala em golpe de 1964, tenho a impressão de que vc não frequenta a biblioteca, pois o que consta nos autos é que quem caçou João Gular foi o CONGRESSO NASSIONAL, em meados de 2 de abril de 1964 com o voto inclusive de Ulices Guimaraes, a pedido de toda a imprensa, a igreja católica, as mulheres do Brasil etc, e uma coisa que nunca mais foi vista e que é desejada hoje são os valores que existiam naquela época principalmente no quizito educação moral e cívica, segurança, e saúde, não se faziam manifestações por causa de corrupção ou falta de atenção por parte do governo, o que se queria era diretas já, e aí esta ela, que apesar de noz termos o dedo podre para escolha de governantes eu considero uma grande conquista.
ResponderExcluirAgora é muito fácil dizer que tirou-se milhões da miséria daí de onde vc esta, vai lá e vê a situação de quem recebe renda cidadã e é contabilizado como fora da faixa da miséria e faz o mesmo comentário se achar que cabe. QURO VER QUANDO ESTOURAR AS NOTICIAS DO BNDES, e vcs verem quantos trens modernos nóz financiados pela america do sul, e não temos um pra noz, quando vcs verem os portos molhados por ai a fora funcionando e o nosso parado, os viadultos que construímos por ai a fora e não temos verbas para manter nossas rodoviad, alguém lembra da TRANSAMAZONICA? pois é eu nem nascido era quando iniciou e só ouço falar, enfim se corta o mal é pela raiz e se pode se queima com fogo pra não brotar novamente.
Paulo Francis dizia que um grande ator não pode ser muito inteligente. Sempre tomei a frase como uma de suas “boutades”… inteligentes! Queria dizer que o ator só consegue expressar a verdade necessária — ao menos segundo o seu gosto estético por teatro ou cinema — se é capaz de se esquecer, de suspender por um tempo o juízo. Mesmo assim, em regra, não concordava com ele nesse particular.
ResponderExcluirMas me vi tentando a concordar ao ler o artigo de Wagner Moura na Folha desta quarta. Se escreveu sozinho, não sei. Parece haver ali a canetada ora de alguém da sociologia, ora do direito. Mas digamos que seja tudo dele.
Os argumentos, de toda sorte, são pueris. Moura admite que “o PT montou um projeto de poder amparado por um esquema de corrupção”. Ufa! Rapaz consciencioso! Acha que isso tem de ser investigado. Ótimo! Mas não se pode cassar, sustenta, um governo eleito por 54 milhões, ainda mais esse, que, diz ele, tirou milhões da pobreza.
Moura nasceu em 1976. Tinha 16 anos quando Collor foi impichado, em 1992. Já dá pra não ser um idiota. Também aquele projeto estava amparado na corrupção e também aquele presidente foi eleito. E por que foi legítimo derrubá-lo? Huuummm… É que Collor não tirou milhões da pobreza. Corolário: quando um governo realiza uma obra social que Moura aprova, ainda que seja ladravaz, não pode ser deposto.
Ou por outra: os pobres são usados como lavanderia moral de governos corruptos.
Grande Wagner Moura!
O argumento jurídico de seu texto é canhestro. Segundo ele, trata-se de um “impeachment sem crime de responsabilidade”. Um ator não é obrigado a ler a Constituição e a Lei 1.079. A menos que vá escrever sobre impeachment. A pedalada fiscal é crime de responsabilidade, rapaz! Não me obrigue a fazer piadinhas com o Capitão Nascimento… Mais: não são apenas os crimes de responsabilidade que podem levar ao impedimento.
Outro argumento que ele deve ter achado definitivo: o nome de Dilma, diz ele, não está na lista da Odebrecht. Erros em série. Nem mesmo se sabe o que é e o que é não crime na lista; o fato de o nome dela não estar lá não a absolve da pedalada. Ou do crime de obstrução da Justiça cometido na nomeação de Lula, segundo o procurador-geral da República — o crime está apontado na denúncia da OAB.
Mas, até aqui, operei só na desinformação de Wagner Moura. Agora vamos à sua pouca inteligência, ainda que seja um excelente ator — e nem assim acho que Francis estava certo como regra.
Escreve o bruto:
“Ser legalista não é o mesmo que ser governista, ser governista não é o mesmo que ser corrupto. É intelectualmente desonesto dizer que os governistas ou os simplesmente contrários ao impeachment são a favor da corrupção.”
Bem, eu já demonstrei que ele está sendo “ilegalista”. Mas é o de menos. De fato, ser legalista (em tese) não é sinônimo de governista, que não é sinônimo de corrupto.
Pergunto a Wagner Moura se ele reconhece como válida a seguinte formulação:
“Ser a favor do impeachment não é o mesmo que ser antipetista, que não é o mesmo que ser golpista”.
Reconhece ou não, Wagner Moura?
Ou seus pensamentos delicados e matizados têm validade apenas para os que pensam como você?
Essa minha pergunta desmonta de forma um tanto vexaminosa a falsa tolerância de Moura com a divergência e expõe o sestro de todo esquerdista mixuruca: o mundo se divide entre os bons, que estão com eles (às vezes, roubam um pouco), e os maus: os que pensam de modo diferente.
É claro que um grande ator pode ser inteligente.
Não é o caso de Wagner Moura. Definitivamente. A menos que tenha decidido fazer o papel de bobo. E aí o ator merece os parabéns!
Wagner Moura é bom ator. Como ele diz de si mesmo, sem modéstia, é “premiado e aclamado”. Certamente conseguiria viver sem tomar grana do estado, liberada por seus amigos do PT, para tocar os seus projetos. Mas sabem como é o vício… Falemos mais desse rapaz.
ResponderExcluirEle é capaz, repetindo a sujeira moral do stalinismo, mas agora em nova perspectiva, de reconhecer “evidências de que o PT montou um projeto de poder amparado por um esquema de corrupção”. Mesmo assim, ele considera o impeachment um golpe, ancorado numa argumentação jurídica canhestra, e ainda reivindica a superioridade moral de quem pretende ser governista e contra o impedimento por motivos sublimes.
Gente com ideias tão exóticas há que se comportar como a mulher de Cesar: além de ser honesta, tem de parecer honesta. O que vai abaixo vai nos dizer.
O Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura liberou para o “aclamado e premiado”, na forma “mecenato”, nada menos de R$ 1,5 milhão para a montagem do espetáculo de teatro “Esperando Godot”. Essa gente pega grana pública para encenar Beckett à noite e fica de quatro para o governo de dia. Pobre Beckett! Deve estar se revirando na tumba.
Na síntese do projeto, pode-se ler o seguinte:
“O projeto ‘Esperando Godot’ propõe uma montagem teatral conduzida pelo premiado e aclamado Wagner Moura. Estreando na função de encenador, Wagner Moura enfrentará o desafio de criar um espetáculo a partir da obra-prima do irlandês Samuel Beckett, ‘Esperando Godot”, divisor de águas na dramaturgia do século XX (…)”
Em seu estúpido artigo na Folha, Moura, o caridoso, além de “premiado e aclamado”, escreve também sobre o governo que ele apoia: “O Brasil vive uma recessão que ameaça todas as conquistas recentes. A economia parou e não há mais dinheiro para bancar, entre outras coisas, as políticas sociais”.
Bobagem! Os pobres que se virem. Não pode é faltar dinheiro para o “premiado e aclamado” encenar Beckett, enquanto justifica a permanência no poder de um governo que ele admite corrupto.
Como a gente lê na síntese, o rapaz “estreia como encenador”. E, para que ele experimente essa sensação nova, nós pagamos.
NOTA – Não sei, a ver, se o dinheiro foi liberado diretamente — afinal, é “mecenato” — ou se é um limite de captação entre financiadores privados. Num caso, a grana sai dos cofres; no outro, deixa de entrar via renúncia fiscal. Em qualquer deles, é dinheiro da pobrada que está sendo transferido para o “aclamado e premiado”.
Precisa?
Wagner Moura precisa disso para ganhar a vida? Claro que não! E daí? Isso não torna moral o conjunto da obra. A meu ver, só piora as coisas. Gente com a sua reputação, que recorre ao capilé público para montar um espetáculo, agrega a preguiça à sabujice. Que deixe o incentivo público, então, para quem realmente precisa.
Wagner Moura é um concentrador de renda da cultura nacional.
Nem inovador esse rapaz é. Leiam a biografia de Stálin, escrita por Simon Sebag Montefiore. Vejam lá quão abjeto podia ser um escritor competente como Máximo Górki. Chegava a visitar campos de concentração em companhia de Stálin.
Nos primeiros anos, o aparato “cultural” nazista conquistou uma boa parcela da intelectualidade alemã, incluindo escritores, atores e diretores de teatro e cinema. A questão está magnificamente retratada no filme “Mephisto”, de István Szabó.
Wagner Moura é um ótimo ator. Mas é uma fraude moral.