Afastamento de Cunha pelo STF pode ser
colocado em pauta
Posicionamento de afronta de Cunha contra Marco Aurélio foi visto como a gota d'água pelo STF

por Henrique Beirangê
Carta Capital
Azedou de vez o clima para o presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, entre os ministros do Supremo Tribunal
Federal.
Após as declarações de que poderia não
cumprir a decisão do ministro Marco Aurélio Mello em dar andamento ao pedido de
impeachment contra o vice-presidente, Michel Temer, quatro assessores próximos
aos integrantes da Corte máxima do judiciário afirmaram a CartaCapital que há
um movimento para colocar em julgamento o pedido de afastamento do parlamentar
da presidência da Casa antes da votação do impeachment.
A expectativa é que Teori Zavascki
levasse o caso ao plenário apenas após a votação do afastamento da presidente
Dilma Rousseef, mas o clima mudou completamente nas últimas 24 horas.
O posicionamento de afrontamento de
Cunha contra Marco Aurélio foi visto como a gota d'agua. Integrantes da
força-tarefa da Lava Jato, caso o afastamento seja autorizado, estudam agora um
pedido de prisão contra o parlamentar, em moldes semelhantes ao que foi feito
contra o senador Delcídio Amaral.
A situação de Cunha piorou nas duas
últimas semanas desde que os autos que tratam da investigação contra sua
esposa, a ex-jornalista da TV Globo Cláudia Cruz, e a filha Danielle Cunha por
envolvimento com contas não declaradas na Suíça, foram encaminhados ao juiz
Sérgio Moro.
Dentro da Corte aguarda-se que a
força-tarefa, em 1ª instância, tome providências contras as duas investigadas
assim como foi feito contra a família de Lula ao incluí-los dentro do inquérito
que apura a conduta do ex-presidente.
Ministros têm criticado reservadamente o
juiz Sérgio Moro por conta do que consideram "arroubos" judiciais
desde que foi autorizado a condução coercitiva do ex-presidente e a divulgação
ilegal das escutas da presidente Dilma Rousseff.
Caso Moro e a força-tarefa não caminhem
de forma isonômica neste caso, a perda de apoio na Suprema Corte poderá
comprometer as futuras decisões do juiz de Curitiba não só no STF, como até em
medidas administrativas e punitivas no Conselho Nacional de Justiça. A ver.
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