O documento detalha o suposto repasse da Odebrecht a ministros, prefeitos, governadores, deputados e senadores para campanhas municipais de 2012 e na eleição de 2014.
MÁRCIO FALCÃO
FOLHA DE S. PAULO/DE BRASÍLIA
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Teori Zavascki determinou a abertura de um procedimento para que a
Procuradoria-Geral da República apure a superplanilha da Odebrecht com supostos
pagamentos a pelo menos 316 políticos de 24 partidos, que foi encontrada pela
Lava Jato.
Relator do esquema de corrupção da
Petrobras no Supremo, Teori também decidiu devolver para o juiz Sergio Moro o
comando das fases Acarajé, que teve como alvo principal o casal de marqueteiros
João Santana e Mônica Moura, e Xepa, que apura suspeitas de propina e lavagem
de dinheiro envolvendo a Odebrecht.
A superplanilha foi apreendida na casa
do executivo Benedicto Barbosa da Silva Junior, alvo da operação Acarajé, em
fevereiro.
O documento detalha o suposto repasse da
Odebrecht a ministros, prefeitos, governadores, deputados e senadores para
campanhas municipais de 2012 e na eleição de 2014.
Como o documento envolvia autoridades
com foro privilegiado, Moro encaminhou os dados ao STF. Agora, Teori abriu um
procedimento e vai enviar o documento para que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, faça uma análise.
O Ministério Público vai opinar se há ou
não indícios que justifiquem o pedido de abertura de inquérito ao STF contra os
políticos citados.
Para Teori, não ficou caracterizado que
Moro usurpou competência do Supremo ao desencadear essas duas etapas da Lava
Jato, já que elas não alcançaram pessoas com foro privilegiado. O ministro
também decidiu que cabe ao juiz do Paraná avaliar os pedidos de revogação de
prisão dessas fases.
As investigações da Acarajé tiveram
início com a apreensão de documentos que indicam supostos pagamentos de propina
com dinheiro desviado da Petrobras para o marqueteiro João Santana e a mulher,
Mônica Moura, responsáveis pelas três últimas campanhas presidenciais do PT.
O Ministério Público Federal chegou a
oferecer denúncia contra o casal, mas os processos foram encaminhados ao STF.
Se a Justiça aceitar, eles se tornam réus. O casal está preso desde fevereiro,
e Mônica negocia delação.
Vejam, a maioria é do PMDB, o partido que quer tirar o cargo da DILMA. É preciso muita peroba.
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