Dos 65 membros da chamada "comissão especial do impeachment", que aprovou nesta segunda-feira (11) o relatório golpista de Jovair Arantes (PTB-GO), 36 deputados federais respondem ou já foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral.
Por
Altamiro Borges
Na
insanidade geral que tomou conta do Brasil nos últimos tempos, os
"midiotas" que vibram com a possibilidade da deposição de Dilma são
massa de manobra de um "consórcio de bandidos" - como bem definiu o
ex-governador cearense Ciro Gomes. Dos 65 membros da chamada "comissão
especial do impeachment", que aprovou nesta segunda-feira (11) o relatório
golpista de Jovair Arantes (PTB-GO), 36 deputados federais respondem ou já
foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral. Muitos são
notórios corruptos, mais sujos do que pau de galinheiro, que estão prestes a
condenar uma presidenta que nunca foi denunciada por qualquer crime. Um
verdadeiro absurdo!
Com
base em uma plataforma da ONG Transparência Brasil, o portal da EBC fez um
levantamento da biografia destes algozes. Dos 36 que respondem a
questionamentos judiciais, 20 aprovaram o parecer do deputado Jovair Arantes
que recomendou o impeachment de Dilma. Além de golpistas, alguns destes
moralistas sem moral já deveriam ter sido julgados, condenados e presos. Vale
conferir:
1-
Mendonça Filho (DEM-PE). Como presidente dos demos pernambucanos, o deputado
faz parte dos processos na Justiça Eleitoral que rejeitaram as contas do
partido por irregularidades na arrecadação de campanhas em vários municípios do
Estado.
2-
Leonardo Quintão (PMDB-MG) é alvo de ação civil por improbidade administrativa
movida pelo Ministério Público Estadual.
3-
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O deputado presidia a sigla na Bahia em 2007,
quando a prestação de contas foi reprovada pela Justiça Eleitoral.
4-
Mauro Mariani (PMDB-SC) é réu em ação por improbidade administrativa. A ação
foi extinta em primeira instância, mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina
anulou a decisão. O deputado recorre no Superior Tribunal de Justiça.
5-
Osmar Terra (PMDB-RS). O Tribunal de Contas do Estado apontou irregularidades
nas gestões de Terra na Secretaria de Saúde e em uma prefeitura e o condenou a
pagamento de multa.
6-
Jerônimo Goergen (PP-RS) é alvo de inquérito da Operação Lava Jato. Ele também
responde por improbidade administrativa referente a indicação de assessor
parlamentar que agia como funcionário fantasma, recebendo os valores do cargo
sem a realização das atividades devidas.
7-
Júlio Lopes (PP-RJ) é alvo, no STF, de inquérito que apura apropriação indébita
previdenciária. O processo está suspenso, pois o parlamentar está efetuando o
pagamento dos débitos.
8-
Paulo Maluf (PP-SP) foi condenado por improbidade administrativa pelo
superfaturamento na obra do túnel Ayrton Senna e pelo uso de dinheiro público
para a promoção pessoal durante o período em que foi prefeito de São Paulo.
Também é réu em ações por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, crimes
contra o sistema financeiro nacional, participação em ocultação de cadáveres de
militantes durante a ditadura militar e improbidade administrativa em
diferentes instâncias.
9
Alex Manente (PPS-SP) é alvo de inquérito que apura a prática de crimes
eleitorais e responde no Tribunal de Justiça de São Paulo ação por improbidade
administrativa e dano ao erário movida pelo Ministério Público.
10-
Marcelo Squassoni (PRB-SP) foi condenado por improbidade administrativa por uso
da máquina pública para favorecimento pessoal, mas recorre da decisão. Também é
alvo de inquérito sobre crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, no
período em que chefiou a gerência regional do Patrimônio da União em São Paulo
e responde por improbidade administrativa com dano ao erário no TJ-SP.
11-
Danilo Forte (PSB-CE) é alvo de inquérito que investiga violações de direito e
processo eleitoral e de ações de improbidade administrativa movidas pelo
Ministério Público Federal.
12-
Marco Feliciano (PSC-SP) teve a prestação de contas da eleição de 2014 para
deputado federal reprovada. É alvo de inquérito que apura irregularidades na
contratação de cinco pastores da igreja Catedral do Avivamento, fundada pelo
parlamentar, que trabalhariam em seu gabinete, mas não cumpriam expediente.
Também responde a pedido de indenização por danos morais difusos.
13-
Marcos Montes (PSD-MG) foi processado em ação civil de improbidade
administrativa. Ele recorreu no STJ.
14-
Rogério Rosso (PSD-DF) foi indiciado por corrupção eleitoral no Tribunal
Regional Eleitoral do Distrito Federal;
15-
Carlos Sampaio (PSDB-PR) teve a prestação de contas referente às eleições
municipais de Campinas de 2008 reprovadas, o mesmo ocorreu nas eleições de
1998.
16-
Nilson Leitão (PSDB-MT) teve reprovadas as contas referentes ao exercício de
2010 do diretório regional da sigla. O parlamentar era o presidente regional do
partido na época. Ele também responde por corrupção passiva, crimes de
responsabilidade, inquéritos que apuram crimes da Lei de Licitações e ações
civis de improbidade administrativa.
17-
Shéridan Estérfany (PSDB-RR) é alvo de ação civil de improbidade administrativa
no Tribunal de Justiça de Roraima e também reponde a inquérito, no STF, que
apura crimes eleitorais.
18-
Jovair Arantes (PTB-GO) teve rejeitada a prestação de contas referente às
eleições de 2012 e 2006. Também é alvo de ação movida pelo Ministério Público
Federal referente a crimes de improbidade administrativa.
19-
Fernando Francischini (SD-PR) é alvo de ação civil no Tribunal de Justiça por
improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público e de ação movida
pela Defensoria Pública do Paraná.
20-
Paulinho da Força (SD-SP) foi condenado no Tribunal Regional Federal da 3ª
Região por improbidade administrativa. No STF, o deputado é réu em ação penal
sobre crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha. Responde no STF por peculato e atos de corrupção passiva. Também é
alvo de ações civis públicas movidas pelo Ministério Público que apuram danos
ao erário.
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