quarta-feira, 13 de abril de 2016

O “consórcio de bandidos” e o impeachment

Dos 65 membros da chamada "comissão especial do impeachment", que aprovou nesta segunda-feira (11) o relatório golpista de Jovair Arantes (PTB-GO), 36 deputados federais respondem ou já foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral.
Por Altamiro Borges

Na insanidade geral que tomou conta do Brasil nos últimos tempos, os "midiotas" que vibram com a possibilidade da deposição de Dilma são massa de manobra de um "consórcio de bandidos" - como bem definiu o ex-governador cearense Ciro Gomes. Dos 65 membros da chamada "comissão especial do impeachment", que aprovou nesta segunda-feira (11) o relatório golpista de Jovair Arantes (PTB-GO), 36 deputados federais respondem ou já foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral. Muitos são notórios corruptos, mais sujos do que pau de galinheiro, que estão prestes a condenar uma presidenta que nunca foi denunciada por qualquer crime. Um verdadeiro absurdo!

Com base em uma plataforma da ONG Transparência Brasil, o portal da EBC fez um levantamento da biografia destes algozes. Dos 36 que respondem a questionamentos judiciais, 20 aprovaram o parecer do deputado Jovair Arantes que recomendou o impeachment de Dilma. Além de golpistas, alguns destes moralistas sem moral já deveriam ter sido julgados, condenados e presos. Vale conferir:

1- Mendonça Filho (DEM-PE). Como presidente dos demos pernambucanos, o deputado faz parte dos processos na Justiça Eleitoral que rejeitaram as contas do partido por irregularidades na arrecadação de campanhas em vários municípios do Estado.

2- Leonardo Quintão (PMDB-MG) é alvo de ação civil por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.

3- Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O deputado presidia a sigla na Bahia em 2007, quando a prestação de contas foi reprovada pela Justiça Eleitoral.

4- Mauro Mariani (PMDB-SC) é réu em ação por improbidade administrativa. A ação foi extinta em primeira instância, mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina anulou a decisão. O deputado recorre no Superior Tribunal de Justiça.

5- Osmar Terra (PMDB-RS). O Tribunal de Contas do Estado apontou irregularidades nas gestões de Terra na Secretaria de Saúde e em uma prefeitura e o condenou a pagamento de multa.

6- Jerônimo Goergen (PP-RS) é alvo de inquérito da Operação Lava Jato. Ele também responde por improbidade administrativa referente a indicação de assessor parlamentar que agia como funcionário fantasma, recebendo os valores do cargo sem a realização das atividades devidas.

7- Júlio Lopes (PP-RJ) é alvo, no STF, de inquérito que apura apropriação indébita previdenciária. O processo está suspenso, pois o parlamentar está efetuando o pagamento dos débitos.

8- Paulo Maluf (PP-SP) foi condenado por improbidade administrativa pelo superfaturamento na obra do túnel Ayrton Senna e pelo uso de dinheiro público para a promoção pessoal durante o período em que foi prefeito de São Paulo. Também é réu em ações por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, crimes contra o sistema financeiro nacional, participação em ocultação de cadáveres de militantes durante a ditadura militar e improbidade administrativa em diferentes instâncias.

9 Alex Manente (PPS-SP) é alvo de inquérito que apura a prática de crimes eleitorais e responde no Tribunal de Justiça de São Paulo ação por improbidade administrativa e dano ao erário movida pelo Ministério Público.

10- Marcelo Squassoni (PRB-SP) foi condenado por improbidade administrativa por uso da máquina pública para favorecimento pessoal, mas recorre da decisão. Também é alvo de inquérito sobre crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, no período em que chefiou a gerência regional do Patrimônio da União em São Paulo e responde por improbidade administrativa com dano ao erário no TJ-SP.

11- Danilo Forte (PSB-CE) é alvo de inquérito que investiga violações de direito e processo eleitoral e de ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal.

12- Marco Feliciano (PSC-SP) teve a prestação de contas da eleição de 2014 para deputado federal reprovada. É alvo de inquérito que apura irregularidades na contratação de cinco pastores da igreja Catedral do Avivamento, fundada pelo parlamentar, que trabalhariam em seu gabinete, mas não cumpriam expediente. Também responde a pedido de indenização por danos morais difusos.

13- Marcos Montes (PSD-MG) foi processado em ação civil de improbidade administrativa. Ele recorreu no STJ.

14- Rogério Rosso (PSD-DF) foi indiciado por corrupção eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal;

15- Carlos Sampaio (PSDB-PR) teve a prestação de contas referente às eleições municipais de Campinas de 2008 reprovadas, o mesmo ocorreu nas eleições de 1998.

16- Nilson Leitão (PSDB-MT) teve reprovadas as contas referentes ao exercício de 2010 do diretório regional da sigla. O parlamentar era o presidente regional do partido na época. Ele também responde por corrupção passiva, crimes de responsabilidade, inquéritos que apuram crimes da Lei de Licitações e ações civis de improbidade administrativa.

17- Shéridan Estérfany (PSDB-RR) é alvo de ação civil de improbidade administrativa no Tribunal de Justiça de Roraima e também reponde a inquérito, no STF, que apura crimes eleitorais.

18- Jovair Arantes (PTB-GO) teve rejeitada a prestação de contas referente às eleições de 2012 e 2006. Também é alvo de ação movida pelo Ministério Público Federal referente a crimes de improbidade administrativa.

19- Fernando Francischini (SD-PR) é alvo de ação civil no Tribunal de Justiça por improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público e de ação movida pela Defensoria Pública do Paraná.


20- Paulinho da Força (SD-SP) foi condenado no Tribunal Regional Federal da 3ª Região por improbidade administrativa. No STF, o deputado é réu em ação penal sobre crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Responde no STF por peculato e atos de corrupção passiva. Também é alvo de ações civis públicas movidas pelo Ministério Público que apuram danos ao erário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário