Segunda
fase da 'Expresso 150' investiga venda de sentenças no Tribunal de Justiça do
Ceará para beneficiar criminosos
Fabio
Serapião
de
Brasília
Em
cumprimento as medidas cautelares autorizadas pelo ministro Herman Benajmin, do
Superior tribunal de Justiça (STJ), a Polícia Federal do Ceará conduziu nesta
quarta-feira, 28, quatorze advogados para depor. Eles são suspeitos de
integrarem um associação criminosa voltada para a compra de decisões judiciais
na segunda instância da Justiça estadual cearense.
Além
dos advogados, são alvos da operação Cappuccino os desembargadores da ativa
Francisco Pedrosa Teixeira e Sergia Maria Mendonça Miranda, 14 advogados e o
desembargador aposentado Valdsen da Silva Alves Pereira.
Entre
os advogados, os alvos das conduções coercitivas e de busca e apreensão são:
Michel Sampaio Coutinho, Jéssica Simão Albuquerque Melo, Adailton Freire
Campelo, Fernando Carlos Oliveira Feitosa, Emanuela Maria Leite Bezerrra
Campelo, José Joaquim Mateus Pereira, Carlos Eduardo Miranda Melo, Eresmar de
Oliveira Filho, Mauro Júnior Rios, Liliane Gonçalves Matos, Everton de Oliveira
Barbosa, Eduardo Sergio Carlos Castelo, João Paulo Bezerra de Albuquerque e
Marcos Paulo de Oliveira Sá
Segunda fase da operação
Expresso
150, a ação de hoje foi autorizada pelo Ministro Herman Benjamin do Superior
Tribunal de Justiça e foi batizada de Cappuccino. Benjamin acatou parte da
representação proposta pela Polícia Federal na qual os investigadores detalham
indicativos de conluio entre advogados e desembargadores visando às liberações
de criminosos, por meio da concessão de liminares em habeas corpus impetrados
principalmente durante os plantões judiciais.
Além
dos mandados de busca e apreensão e condução, houve a determinação de bloqueio
das contas de um desembargador aposentado e um advogado envolvido nas
ilicitudes, considerando o montante do valor transacionado indevidamente em
torno de decisões atípicas, que beneficiaram mais de 300 pessoas com a inclusão
nos quadros da Administração Pública, no cargo de soldado da PM do Estado do
Ceará, entre 2011 e 2012, sem que fossem devidamente aprovadas no concurso
público.
A PF
conseguiu mapear os núcleos criminosos após analisar os materiais apreendidos
na 1ª fase da operação, realizada em junho de 2015. Os crimes investigados são:
associação criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência, corrupção ativa
e lavagem de dinheiro.
Nota Ordem dos Advogados (OAB)
do Ceará
Em
razão da deflagração, na manhã desta quarta-feira (29/09), da segunda fase da
Operação Expresso 150, na qual 14 advogados foram conduzidos coercitivamente
para prestar depoimento na Polícia Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil –
Secção do Ceará (OAB-CE) reafirma seu compromisso com a probidade administrativa e o exercício ético e altivo
da advocacia, ao tempo em que se dispõe no âmbito de sua alçada, a contribuir
com os trabalhos investigativos, apurando com rigor e respeito aos cânones
constitucionais da defesa ampla, bem como, eventuais desvios de conduta
praticados por advogados.
A
Ordem salienta também que acompanha a operação contribuindo para o estrito
cumprimento legal e regular das investigações, bem como pela defesa das
prerrogativas dos advogados e do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94).
Nota do Tribunal de Justiça do
Ceará, assinada pela desembargadora Maria Iracema Martins do Vale, presidente
da Corte.
A
Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará foi comunicada pelo
Superior Tribunal de Justiça a respeito de decisões judiciais que envolvem
membros da Corte e viabilizou todos os procedimentos necessários ao cumprimento
das referidas decisões, pautando-se, como deve ser, pela transparência e pelo
respeito à ordem constitucional.
As decisões
judiciais e as investigações possuem caráter sigiloso, razão pela qual a o
acesso aos fatos e às pessoas envolvidas encontra-se restrito às partes e aos
respectivos advogados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário