Senadores
aprovaram medida que limita gasto público à inflação por 61 votos a 14; três
destaques ainda precisam ser apreciados.
Segundo
turno da votação da PEC do Teto está previsto para 13 de dezembro
Eduardo Rodrigues, Idiana Tomazelli,
Isabela Bonfim, Julia Lindner,
O Estado de S.Paulo
(com acréscimos da redação do blog)
(com acréscimos da redação do blog)
BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta
terça-feira, 29, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55,
que limita os gastos públicos federais à inflação. O placar foi de 61 votos a
14, confirmando a expectativa do governo, porém sem alcançar o placar esperado.
Na véspera, líderes da base estimavam que a votação teria entre 62 e 65 votos a
favor e seria, portanto, maior que a votação do impeachment de Dilma Rousseff.
A medida ainda precisa passar por uma
segunda rodada de votação na Casa, marcada para o dia 13 de dezembro. Caso
aprovada, a proposta deve ser sancionada em 15 de dezembro.
Parlamentares apresentaram três
destaques que buscam modificar trechos da proposta aprovada na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que por sua vez, havia mantido o texto
integral que veio da Câmara.
Logo no início, a sessão foi suspensa
devido à presença de uma manifestante que bradou palavras contra a medida.
"A PEC é crime contra o povo, principalmente contra as mulheres",
disse a manifestante, que se identificou como Glaucia Morelli, professora da
Poli/USP e presidente da Confederação das Mulheres do Brasil.
"PEC não é
para equilibrar gastos, é para dizer para banqueiros que aqui é terra de
ninguém", gritou, acompanhada de um homem. Os seguranças da Casa retiraram
os dois do plenário, e a sessão foi retomada.
Do lado de fora da Casa, cerca de 10 mil
pessoas participaram de uma manifestação contra a aprovação da medida. O
movimento teve início às 16 horas e houve confronto com a polícia. Participaram
da manifestação estudantes, representantes da CUT, MST, organizações ligadas às
universidades federais, como Sintuff e grupos indígenas.
A PEC do teto de gastos já foi aprovada
em dois turnos pelos deputados. Na primeira rodada, o placar foi de 366 a 111,
com duas abstenções. Já na segunda, a medida obteve 359 votos a favor e 116
contra, também com duas abstenções. À época, o líder do governo na Câmara,
André Moura (PSC-SE), atribuiu a vantagem menor no segundo turno a ausências
devido a doenças e viagens de deputados.
A proposta prevê que o crescimento das
despesas do governo estará limitado à inflação acumulada em 12 meses até junho
do ano anterior por um período inicial de 10 anos, quando o presidente poderá
então solicitar uma mudança no indexador por mandato. A exceção é 2017, quando
o limite vai subir 7,2%, alta de preços prevista para todo o ano de 2016, como
já consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem.
Os gastos com saúde e educação, por sua
vez, têm critérios específicos: as despesas nessas áreas continuarão a seguir
um patamar mínimo, que serão os valores previstos para 2017. No caso da
educação, são 18% da receita de impostos. Na saúde, 15% da Receita Corrente
Líquida (RCL). A partir de 2018, o mínimo em ambas as áreas passará a ser
atualizado pela inflação e não estará mais vinculado à receita.
O rol de penalidades em caso de
descumprimento do limite de despesas - ainda mais duro do que na proposta
enviada pelo governo - também foi referendado pelo plenário da Câmara. As
principais delas são a proibição de reajuste do salário mínimo além da inflação
(em caso de estouro do teto pelo Executivo) e o congelamento de salários do
funcionalismo público./COLABOROU LÍGIA FORMENTI
Assista ao vídeo feito pela senadora Fátima Bezerra (PT)
Assista ao vídeo feito pela senadora Fátima Bezerra (PT)
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