O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta quinta-feira (18) que não
vai renunciar ao cargo e que não agiu para comprar o silêncio do ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em rápido discurso no Palácio do Planalto, Temer chamou as gravações de
"clandestinas", afirmou que não tem "nada a esconder" e
que, por isso, não precisa de foro privilegiado.
Caso renunciasse ao cargo de presidente da República, o peemedebista
perderia a prerrogativa de ser investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
"Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a
correção dos meus atos. Exijo investigação plena e que dê muito rápido
esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dubiedade não pode existir
por muito tempo", declarou Temer.
"Não comprei o silêncio de ninguém, porque não temo nenhuma delação
premiada. Não preciso de cargo público, nem de foro especial. Não tenho nada a
esconder. Sempre honrei meu nome e nunca autorizei que utilizassem meu nome
indevidamente. E, por isso, quero registrar enfaticamente que investigação
pedida pelo STF será território onde surgirão todas as explicações",
completou.
Como informou a Folha, o presidente entrou com requerimento no STF nesta
quinta para pedir ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, acesso
à íntegra das gravações de Joesley Batista.
Segundo delação do empresário, Temer deu aval para a compra do silêncio
de Cunha, preso desde outubro do ano passado em Curitiba, o que o presidente
nega.
O peemedebista ressaltou os índices econômicos em recuperação para dizer
que não se pode "jogar no lixo" todo o trabalho feito pelo seu
governo no país.
"A revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta os
fantasmas da crise política ainda de proporção não dimensionada. O imenso
esforço de tirar o país da recessão pode se tornar inútil. Não podemos jogar no
lixo da história tanto trabalho feito ao país", disse Temer.
Com informações da Folha de S. Paulo
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