Ex-presidentes da Câmara foram
denunciados por desvios no FI-FGTS
POR DANIEL GULLINO/O GLOBO
BRASÍLIA — O Ministério Público Federal
em Brasília (MPF-DF) pediu que os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e
Henrique Eduardo Alves sejam condenados, respectivamente, a 386 anos e 78 anos
de prisão.
O MPF apresentou à 10ª Vara Federal de
Brasília, nesta terça-feira, as alegações finais na ação penal derivada da
Operação Sépsis, que investiga desvios no Fundo de Investimentos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
O MPF pediu ainda que Cunha, acusado de
corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e prevaricação, pague
uma multa de R$ 13,7 milhões; e que Alves, denunciado por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, pague R$ 3,2 milhões.
“A República, em grande extensão, foi
vítima dos delitos praticados pelos mencionados acusados, sofrendo um prejuízo
moral incalculável. A reprovabilidade de suas condutas, portanto, é absoluta,
máxima”, diz o texto.
Também serão réus no processo o operador
Lúcio Bolonha Funaro, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, e o empresário
Alexandre Margotto. Como os três fecharam acordos de delação premiada, o MPF
ressaltou que os acordos estabelecem penas máximas: 30 anos para Funaro, 10 anos
para Cleto e nove anos para Margotto.
Em nota, a defesa de Eduardo Cunha
afirmou que as alegações finais “configuram uma peça de ficção científica, sem
provas, com afirmações inverídicas que não se prestam a sustentar uma
condenação”.
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