Depois
de seis dias de silêncio, Bolsonaro diz que os 80 tiros contra carro em que
estava Evaldo Rosa e a família foi apenas um 'incidente'
Depois de seis dias de silêncio, o
presidente Jair Bolsonaro afirmou que foi um "incidente" a morte do
músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, na tarde do último domingo, 7,
quando o carro da família foi metralhado por 80 tiros disparados por militares
do Exército no Rio. Em entrevista durante inauguração do aeroporto de Macapá,
ele disse que o Exército "não matou ninguém" e que a instituição não
pode ser acusada de ser "assassina".
"O Exército é do povo. A gente não
pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte.
Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto", afirmou.
No último domingo, dez militares
dispararam contra um veículo em Guadalupe, zona norte do Rio, que supostamente
foi confundido com um automóvel em que estariam criminosos. No carro estavam o
músico e sua família. Evaldo morreu no local e duas pessoas ficaram feridas.
Nove militares foram presos. Na
quinta-feira, eles entraram com um pedido liberdade no Superior Tribunal
Militar (STM). O habeas corpus foi sorteado para o ministro Lúcio Mário de
Barros Góes, general do Exército. O teor do pedido de liberdade não foi
divulgado.
"Está sendo apurada a
responsabilidade. No Exército sempre tem um responsável. Não existe essa de
jogar para debaixo do tapete", afirmou Bolsonaro.
Na terça-feira, o porta-voz da Presidência
da República, Otávio Rêgo Barros, tinha dado a única declaração em nome da
Presidência: "O presidente confia na Justiça militar, no Ministério
Público militar e, a partir desse pressuposto, ele identifica e solicita até
dentro da possibilidade, já que há independência de poderes, que esse caso seja
o mais rapidamente elucidado", afirmou o porta-voz.
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