Na
internet ocorreram comentários culpando Bruna Lícia, morta a tiros pelo
policial Carlos Eduardo por uma suposta traição.
A Polícia Civil do Maranhão fez um
alerta nesta segunda (27) sobre comentários com apologia ao crime feitos na
internet. De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes na Internet, a ação
não gera prisão imediata, mas a pessoa pode responder a um processo e até ser
presa em possível condenação.
O Artigo 287 do Código Penal aponta que,
fazer publicamente apologia de fato criminoso ou de autor de crime gera pena de
detenção, de três a seis meses, ou multa. No entanto, para a pessoa ser
processada, é preciso que alguém procure a polícia e formalize a denúncia.
"Para a pessoa ser processada,
precisa ter uma formalização. A gente daria o apoio técnico. Pode ser por
ameaça contra a que está comentando a mensagem. Depende. Se a pessoa que
comentou se sentir ameaçada, pode procurar a polícia. Também pode ser apologia
ao crime, a depender do contexto. Uma pessoa teria que ir na delegacia e
denunciar o caso", afirmou o delegado Odilardo Muniz.
Um dos casos acompanhados pela Polícia
Civil é o assassinato de Bruna Lícia e José Willian, ocorrido no Condomínio
Pacífico I, em São Luís, no último sábado (25). O acusado pelo crime é o
policial militar Carlos Eduardo, que efetuou vários tiros após flagrar uma
traição. Ele e Bruna viviam juntos em união estável, mas já havia decidido se
separar de forma consensual.
Nas redes sociais, vários comentários
que culpabilizam Bruna receberam repúdio. Um internauta chegou a dizer que 'ela
procurou o caminho dela'.
Após o crime, o policial teria entregado
a arma para o tio, que é sargento da polícia. Depois, o PM foi preso e levado
para o presídio militar em São Luís, onde ficará à disposição da Justiça. Ele
foi autuado por homicídio contra José Willian e feminicídio contra Bruna Lícia.
Para a delegada do Departamento de
Feminicídio, Viviane Fontenelle, um amigo do colega de trabalho da vítima
estava no local e correu para pedir ajuda. Na saída, ouviu os tiros. Essa
versão refuta a tese de que poderia ter ocorrido legítima defesa.
"Realmente teve uma luta corporal,
mas ele [policial] chegou e foi atacando. Tinha uma testemunha lá dentro que
viu ele entrando, começando as agressões. Ouviu a menina [Bruna] gritando
'para, para com isso'. Então se ela estava gritando 'para' é porque eles
estavam sendo atacados e não o contrário", disse a delegada.
Segundo testemunhas, Carlos Eduardo
teria chegado mais cedo em casa e flagrado a traição de Bruna Lícia com José
Willian. Irritado, o militar teria efetuado sete disparos contra os dois, que
morreram na hora.
Bruna Lícia foi sepultada durante a
tarde deste domingo (26) no cemitério Jardim da Paz, em São José de Ribamar.
Com informações do G1 MA
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