Não é à toa que o presidente Jair Bolsonaro está tão
irritado com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A equipe que
investiga as Fake News contra o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou ao
Gabinete do Ódio, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro, o 02.
Policiais que trabalham na operação garantem que o
filho do presidente é o mentor de todos os ataques que foram disparados contra
o Supremo e contra o Congresso. Há um processo aberto pelo STF para investigar
esse movimento de notícias falsas.
Bolsonaro sabe que não tem controle sobre a Polícia
Federal. Portanto, teme que, quando todas as provas contra Carlos forem
reunidas, muita coisa vazará para a imprensa, abrindo uma crise monumental que
ficará difícil de ser administrada.
Por coincidência, a mesma equipe que trabalha na
investigação aberta pelo Supremo para apurar Fake News é a mesma que tocará o
inquérito que apurará os responsáveis pelas manifestações pró-ditadura, nas
quais Bolsonaro foi a grande estrela.
Saída de Moro
Suspeita-se que Carlos Bolsonaro também esteja por
trás do movimento que defende o fechamento do STF e do Congresso e a volta do
AI-5. Os policiais federais dizem que não vão economizar nas investigações.
Se conseguir demitir Valeixo, Bolsonaro terá que aceitar
a demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Entre escolher ficar com um
ministro pelo qual já não tem tanto apreço e proteger o filho, o presidente
optará pela segunda opção.
De qualquer forma, com ou sem Valeixo no comando da
Polícia Federal, os agentes estão amontoados de provas contra os ataques ao
Supremo e à democracia. E isso poderá se tornar público rapidamente, sobretudo
dependendo do nome que o presidente da República escolher para o comando da
corporação.
Por Vicente Nunes
Correio Braziliense
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