Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Acusado de matar o menino Henry Borel, Dr Jairinho tem mandato cassado por unanimidade no Rio

Jairinho é acusado de torturar até a morte o enteado, Henry Borel, de apenas 4 anos

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ) decidiu por unanimidade, na noite dessa quarta-feira, 30, cassar o mandato, por quebra de decoro parlamentar, do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), acusado de torturar até a morte o enteado Henry Borel de apenas 4 anos, no dia 8 de março.

49 dos 50 vereadores acompanharam a recomendação do Conselho de Ética da Câmara, que na segunda-feira, já havia recomendado (também por unanimidade) a cassação do mantado de Jairinho, que está preso desde abril pela morte de Henry no apartamento onde vivia com a mãe da criança, Monique Medeiros — também presa pelo crime. O parlamentar Doutor Gilberto (PTC) está licenciado por motivos médicos e não participou da sessão.

Após a divulgação do resulado, o vereador Tarcísio Motta (Psol) leu uma mensagem que disse ter recebido do pai de Henry, Leniel Borel.

“Tarcísio, agradece ao carinho e as orações de todos os vereadores. Estamos vendo a Justiça sendo feita. A quebra do decoro parlamentar e a respectiva cassação desse monstro é uma resposta à sociedade devido ao covarde assassinato do meu filhinho e as demais acusa claras contra esse assassino”.

Segundo o vereador Luiz Carlos Ramos Filho (PMN), relator do processo, os inquéritos policiais trazem fortes elementos de outros crimes além do homicídio de Henry, como casos de tortura contra outras crianças, tentativa de tráfico de influência e diversas lesões corporais. Para o relator, há “robustas evidências de envolvimento do representado [Dr. Jairinho] no crime que vitimou o menor [Henry]”.

O relatório destacou ainda as tentativas de Jairinho obstruir as investigações, tentando fazer com que o corpo de Henry fosse liberado pelo Hospital Barra D’Or sem ser enviado ao IML (Instituto Médico-Legal) e sua abordagem ao governador Claudio Castro, o que o relator viu como uso do cargo de vereador em benefício pessoal.

Em sua defesa por escrito, Jairinho tentou emplacar a tese de que “sempre foi um pai carinhoso, presente, amado pelos filhos e por todos os membros da família”, quiçá por Henry.

O documento também descreve Jairinho como pessoa “caridosa e carismática, que formou uma legião de amigos e admiradores dentro da Câmara de Vereadores”.

A defesa também tentou argumentar que o processo criminal contra ele não transitou em julgado, e, portanto, ele não poderia ser enquadrado por quebra de decoro.

O parlamentar também responde na polícia pelas agressões e tortura de outras duas crianças.

Jairinho era do Solidariedade, mas foi expulso do partido no dia de sua prisão.

Essa é a primeira vez que um vereador eleito terá seus direitos políticos anulados pela Câmara de Vereadores do Rio. Com a decisão, Jairinho se torna inelegível por oito anos.

No lugar de Jairinho, assume, na próxima sexta-feira, Marcelo Diniz Anastácio.

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