Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Médico filho de ex-prefeito maranhense se irrita com delivery e saca arma em pizzaria em Brasília

A discussão foi gravada por câmeras de segurança. Após quatro minutos de discussão, o homem recebeu as pizzas, pediu desculpas e foi embora.

O médico Thiago Zacariotto Lima Alves, filho do ex-prefeito de Santa Inês e ex-deputado federal Ribamar Alves, é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após, irritado com suposta demora na entrega de um lanche, ir armado a um restaurante, ameaçar e cobrar o produto de funcionários da loja. O caso é conduzido pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) em Brasília.

De acordo com apuração do Metrópoles, Thiago Alves fez o pedido de duas pizzas em um estabelecimento comercial da Asa Sul, por meio de aplicativo de entrega. O homem, no entanto, não tinha percebido que o endereço cadastrado, na realidade, não era o de sua casa. Revoltado com a “demora” no envio da encomenda, o acusado apareceu armado na pizzaria e exigiu a entrega imediata do alimento.

Segundo relato do proprietário da loja, a confusão aconteceu por volta das 20h30. O cliente teria ido ao local duas vezes. Na primeira, teria alegado o não recebimento do lanche e pedido que a entrega fosse feita em endereço diferente do que constava no aplicativo.

Após, aproximadamente uma hora, o homem retornou à pizzaria dizendo que ainda não havia recebido a refeição. Neste momento, o cliente sacou uma arma e disse ao empresário que queria a sua pizza naquele exato momento. A discussão foi gravada por câmeras de segurança.

Depois de aproximadamente quatro minutos de discussão, o homem recebeu a pizza, pediu desculpas e foi embora. Informações preliminares apontam que o médico não tem porte de arma de fogo. Ele será intimado a depor ainda nesta semana.

A reportagem não conseguiu contato com Zacariotto. O espaço segue aberto para manifestação.

Crime na Prefeitura comandada pelo pai

O Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA) pediu, em 2016, a condenação do médico radiologista Thiago Zacariotto Lima Alves, 41 anos, pelo crime de improbidade administrativa.

Entre 2013 e 2014, Thiago era secretário Municipal de Saúde de Santa Inês (MA), cidade em que o seu pai, José de Ribamar Costa, era prefeito, e realizou contratações sem concurso público. As ações tiveram a anuência do prefeito, pai do médico. O Correio também revelou que nos respectivos anos, o profissional de saúde também propiciou a contratação de vários serviços sem a devida licitação, que custaram mais de R$ 1,2 milhão.

Thiago começou o mandato como secretário municipal de saúde em 2013, mesmo período em que José de Ribamar Costa assumiu a prefeitura da cidade. Logo, em 2 de janeiro, eles contrataram um homem para prestar serviços no município, o qual permaneceu no cargo até 21 de dezembro de 2013. No ano seguinte, em 2 de janeiro de 2014, o ex-secretário escolheu uma mulher para ocupar outro cargo, onde ficou até o fim do ano.

Junto ao médico, uma dentista, que ocupava a função de secretária municipal de Saúde de Santa Inês, também participou da contratação ilegal das duas pessoas. Como consta no documento do Ministério Público, José Ribamar, pai de Thiago, corroborou para o ato, ordenando e permitindo a realização das despesas não autorizadas em lei.

A contratação de pessoas sem concurso público é excepcionada em duas hipóteses, segundo a Constituição: as nomeações para cargo em comissão declarada em lei de livre nomeação e exoneração e a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. “Ocorre que em nenhuma das hipóteses acima ressalvadas fundamentaram a admissão [...] no serviço público municipal. [...] os citados atos também agrediram o princípio de impessoalidade, uma vez que privilegiou os contratos em detrimento dos demais administrados que também tinham condições de exercer os mesmos empregos públicos”, afirmou o MPMA.

Segundo o Ministério Público, os envolvidos ofenderam, ainda, o princípio de moralidade administrativa, “na medida que não coadunaram com os fundamentos éticos da boa administração”. A sentença ainda não foi definida pela Justiça. O MP pediu a condenação dos três por improbidade administrativa.

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