O
cirurgião-plástico Dagmar João Maester é investigado pelas mortes da vereadora Robenha
Maria Sousa Pereira, de 43 anos, a Robenha da Saúde, da cidade de Açailândia; e
de Patriciana Nunes Barros, de 36 anos, assessora parlamentar em Imperatriz.
Ambas
morreram após procedimentos estéticos realizados por Dagmar Maester na cidade
de Imperatriz, a 629 km de São Luís.
Robenha morreu no dia 15 de fevereiro deste ano, depois de ter feito uma abdominoplastia, lipoescultura e mastopexia nos seios em um hospital particular do município.
“Eu
não tenho dúvidas da negligência que houve, porque assim que ele terminou a
cirurgia, que demorou mais de quatro horas, ele saiu do box cirúrgico e foi
logo para o hotel. Ela foi para a enfermaria e até então estava tudo bem, mas
logo depois ela começou a sentir dor nas costas”, disse Tâmara Regina Pereira,
filha de Robenha.
O
atestado de óbito apontou insuficiência respiratória aguda, edema agudo de
pulmão e tromboembolismo pulmonar pós-operatório. Cinco meses após a morte de
Robenha, o delegado responsável pelo caso disse que as investigações ainda
estão em fase inicial e que até agora Dagmar não foi ouvido.
Um mês depois da morte de Robenha, a assessora parlamentar Patriciana Nunes também faleceu após passar por uma abdominoplastia e uma cirurgia de prótese nas mamas realizada por Dagmar.
O
marido de Patriciana chegou a mandar vídeos para o médico mostrando a esposa passando
mal. Em resposta às mensagens, Dagmar disse que poderia ser uma crise de
ansiedade e recomendou um psiquiatra. Cinco dias depois, Patriciana faleceu.
No
caso da assessora parlamentar, a polícia deve indiciar o cirurgião-plástico por
homicídio com dolo eventual.
“O
médico em nenhum momento se dispôs a ir vê-la ou pelo menos providenciar
qualquer outro profissional de medicina que pudesse assisti-la”, disse Carlos
César de Andrade, Delegado de Polícia Civil de Imperatriz.
Outros casos
Dagmar vive em Goiânia mas atende no Maranhão e em Brasília. Em 2001, ele foi indiciado pela morte de duas pacientes depois de procedimentos estéticos em Goiás.
A
delegada da mulher de Goiânia disse que em 1998 e 2001, a delegacia abriu pelo
menos 10 inquéritos contra Dagmar para investigar denúncias de erros médicos,
incluindo as duas mortes, mas nunca houve uma condenação.
“Infelizmente
por conta da ausência de punição, novas vítimas acabam sendo acometidas de
condutas muito semelhantes”, disse Paula Meotti.
Em
2010, uma funcionária pública de Brasília também morreu após ser operada por
Dagmar. Ele foi processado por homicídio culposo e absolvido pelo Tribunal de
Justiça de Goiás, Estado onde ele realizou a cirurgia. Além dos processos
criminais, Dagmar responde a 17 processos cíveis, pedidos de indenização por
erro médico.
Uma paciente de Brasília, operada em 2015, disse que o seu abdome ficou deformado e fez quatro cirurgias reparadoras com o médico ao longo de quatro anos, mas o resultado só piorou. Neste ano, o Dagmar foi condenado a pagar uma indenização por danos morais e materiais no valor de R$ 17.800, mas recorreu da decisão.
“Eu
tenho vergonha de trocar de roupa perante outras pessoas”, disse a vítima, que
não quis se identificar.
Em
conversa com o repórter Alex Barbosa, da TV Mirante, por telefone, o médico
disse que não lembra dos dois casos em Goiás que resultaram em morte e afirmou
que nos outros dois casos de morte em Imperatriz as complicações não foram consequência
dos procedimentos.
De
acordo com Wendell Santana, advogado de Dagmar, “Algumas pacientes não cooperam
100% com o tratamento, às vezes elas abandonam o tratamento, não cumprem determinadas
orientações médicas”.
O
Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO) informou que o médico cumpriu
uma condenação de processo ético-profissional médico em 2017, sendo afastado do
exercício da profissão por 30 dias.
O
Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM-MA) não se manifestou sobre o
caso. Já o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) afirmou
que não constam denúncias contra o médico nos registros.
Com
informações do g1 MA
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