Na
manhã desta terça-feira, 30, o Ministério Público do Estado do Maranhão, por
meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gaeco), deflagrou a Operação Spectrum nos municípios de São Luís Gonzaga,
Gonçalves Dias, Bacabal e São Luís. A operação tem como objetivo apurar a
ocorrência de infrações penais na contratação de empresa pelo município de São
Luís Gonzaga.
A
medida deu-se em cumprimento a 13 mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara
Especial Colegiada dos Crimes Organizados – Termo Judiciário de São Luís, que acolheu
integralmente o pleito do Ministério Público. Foi autorizado, ainda, o bloqueio
do valor de R$ 4.636.709,32 nas contas
bancárias de todos os investigados, correspondente ao dano causado ao erário.
A
partir de representação, o Gaeco instaurou Procedimento Investigatório Criminal
com a finalidade de apurar a ocorrência, em tese, de infrações penais
decorrentes da contratação da empresa B R TERCEIRIZAÇÃO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ
20.928.415/0001-37, pelo município de São Luís Gonzaga, no Pregão Eletrônico nº
002/2022, para prestação de serviços de mão de obra terceirizada. Além da
ausência de publicidade da referida licitação, verificou-se a incapacidade
operacional da empresa contratada para execução dos serviços, bem como
transações suspeitas com outras empresas contratadas por São Luís Gonzaga, ligadas
aos demais investigados.
Demonstrada
a participação do pregoeiro, Rafael Luís Morais Araújo, e do secretário de
Administração, Antônio Rafael Nani, ambos foram afastados temporariamente das
suas respectivas funções, conforme a decisão judicial.
A
ação acontece com o apoio de 25 equipes e mais de 70 agentes da Polícia
Rodoviária Federal, que prestam suporte operacional no cumprimento dos
mandados. Além disso, participam da operação os promotores de Justiça
integrantes do Gaeco dos núcleos de São Luís, Imperatriz e Timon, a Polícia
Civil do Maranhão (1º Deccor de São Luís, 1º Deccor de Imperatriz e 1º Deccor
de Timon), e ainda os promotores de justiça das comarcas de Açailândia, Lago da
Pedra, Raposa, São Luís, Santa Helena e Viana. A operação também teve o apoio
da Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência (CAEI-MPMA).
Os
documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos serão analisados pelo Gaeco e
pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), para
compor o conjunto probatório produzido nos autos do procedimento investigatório
criminal instaurado a fim de subsidiar o oferecimento da petição acusatória.
Origem
do nome
O
nome da operação, Spectrum, advém do latim significa “espectro”, ou ainda
“visão”, “fantasma”, “aparência”, em alusão à possível inexistência de serviços
prestados pela empresa B R TERCEIRIZAÇÃO E SERVIÇOS, contratada para
fornecimento de mão de obra, que mantinha relação financeira suspeita com os
demais investigados.
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