Por Kátia Guimarães
Jornal do Brasil
Flávio Dino taxou fortunas,
aumentou impostos sobre produtos e serviços luxuosos e é favorito para se
reeleger ao governo do Maranhão
O governador do Maranhão, Flávio Dino
(PCdoB), 49 anos, defende a união dos partidos de esquerda em torno de uma
única candidatura, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido
de concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018. Segundo Dino, se
Lula puder disputar, ele vence.
“Um cenário é com Lula candidato, e não
há dúvida de que ele vence a eleição. É muito nítido, inclusive por essas
reações violentas e fascistóides que estão acontecendo. Longe de demonstrar
fraqueza, isso demonstra força e a pujança da candidatura”, afirma. “Agora, há
outro cenário, em que se coloca a questão da inabilitação do ex-presidente.
Creio que esse outro cenário exige outra atitude. Sentar, avaliar e se unir,
essa é a minha visão”, acrescenta.
Ex-juiz, Dino critica a “volúpia
encarceradora” do Judiciário e a postura politizada dos juízes Sérgio Moro e
Marcelo Bretas, ambos da Operação Lava Jato.
“Se alguém quiser expor, no sistema
jurídico, as suas convicções políticas, tem o local adequado, que é o Parlamento.
Tire o escudo da toga e vai para a rua. Não fique escondido, defendendo essa
imoralidade que é, na verdade, contra o estado democrático de direito”, diz.
Desde a prisão de Lula, Dino, que esteve
em Curitiba junto com outros governadores, na tentativa de visitar o
ex-presidente, voltou a condenar a “atitude anti-isonômica” da Justiça
brasileira e a questionar suas contradições.
Para o governador do Maranhão, essa
ofensiva política, no fundo, acaba “alimentando a confusão que está nas ruas”.
“No momento em que a institucionalidade, as normas e regras passam a ser
manipuladas de acordo com a ocasião, é claro que muitos se aventuram no
vale-tudo, que é o que nós estamos vendo nesses ataques criminosos à caravana
liderada pelo ex-presidente Lula”.
Sobre a polêmica em torno do
auxílio-moradia, o governador maranhense diz que o uso do benefício como
recompensa salarial, conforme admitiu o próprio juiz Moro, é ilegal. “É muito
grave, considerando essa atuação fortemente politizada do Judiciário, que sempre,
supostamente, se embasou em parâmetros éticos, rígidos. Para o rigor ético não
ser hipócrita, ele tem que ser um rigor para todos”, ressalta.
Com os índices de aprovação de seu
governo na casa dos 60%, Dino conseguiu driblar a crise econômica e fez a
economia do Maranhão crescer, no ano passado, 9,7%, segundo estudo do
Itaú-Unibanco divulgado pela Folha de S. Paulo. Além disso, o estado é o quarto
colocado em atração de investimentos. Os dados positivos do Maranhão também
foram apontados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que
colocou a situação fiscal maranhense como a segunda melhor do país.
No ranking Brasil Transparente, da
Controladoria Geral da União (CGU), o Maranhão aparece em primeiro lugar. A
fórmula, segundo o governador, foi tomar para si o controle das contas. “Um
controle rígido de despesas, centralizadas na minha mão. Eu trouxe a gestão
orçamentária diária toda para a minha mão. Isso demanda um esforço físico
gigantesco, mas foi decisivo”, conta.
Para compensar a baixa arrecadação
federal, o governador recorreu à tributação de fortunas e ao aumento de
impostos sobre produtos e serviços luxuosos, como, por exemplo, carros acima de
R$ 150 mil, perfumes e cosméticos importados. Em outra frente, a gestão Dino
procurou fontes de financiamento e operações de crédito junto aos bancos
públicos como o BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
“A soma de controle de despesas, incremento de receitas e operações de crédito garantiu o fluxo de investimento. Fizemos uma aposta ousada, uma espécie de visão neokeynesiana. O coronelismo local disse que seria desastre”, conta Dino, referindo-se à teoria do economista inglês John Maynard Keines (1883-1946), que defendia a ação do Estado para garantir o pleno emprego.
“A soma de controle de despesas, incremento de receitas e operações de crédito garantiu o fluxo de investimento. Fizemos uma aposta ousada, uma espécie de visão neokeynesiana. O coronelismo local disse que seria desastre”, conta Dino, referindo-se à teoria do economista inglês John Maynard Keines (1883-1946), que defendia a ação do Estado para garantir o pleno emprego.
Ao se eleger em 2014, Flávio Dino
interrompeu a dinastia da família Sarney, que comandava o Palácio dos Leões havia
quase 50 anos. Hoje, ele é apontado como o governante brasileiro (entre
presidente, governadores e prefeitos) que mais cumpriu as promessas assumidas
em campanha. Nas redes sociais, Dino presta contas de sua gestão.
“Isso tem muito de sabor pessoal de
subjetividade. É uma forma de atualizar o exercício da democracia
representativa”, diz. Essa também é uma maneira de driblar a cobertura da mídia
local, dominada pela família Sarney, que tem jornal, rádio e uma TV afiliada da
Rede Globo.
“Na medida em que a mídia é fortemente
parcial, oposicionista, sabota o governo, distorce, agride de cinco da manhã à
meia noite, a rede social acaba sendo um instrumento para veicular um
contradiscurso”, afirma.
A aposta no social rendeu bons
resultados e hoje Flávio Dino comemora a elevação do piso salarial dos
professores maranhenses a R$ 5.524,00, mais do que o dobro do valor nacional.
“Nós fizemos uma opção de acreditar nos
investimentos públicos apesar da crise. Não temos obras faraônicas”, afirma.
Segundo ele, ao longo de três anos foi possível manter o nível alto de
investimento público, como é o caso da educação – o governo Dino lançou o Bolsa
Escola, bolsa de estudos para pós-graduação e o programa de cooperação
internacional educacional, além de substituir escolas de taipa por prédios de
alvenaria, distribuir uniformes e oferecer ônibus escolares.
Revolução
democrática e iluminista
Questionado se está conseguindo fazer a
revolução prometida, o governador responde, convicto, que sim. “Essa revolução
democrática e iluminista, eu diria, do século XVIII, está em pleno curso e, ao
mesmo tempo, estamos com o pé no século XXI. A gente vai fazendo as agendas dos
quatro séculos em quatro anos”. Dino conta ter encontrado no Maranhão “uma
escandalosa apropriação” do patrimônio público, com “muitos contratos e
negócios puramente privados instalados dentro do estado”. Ele também acusa as
gestões anteriores de descaso. “Um abandono, negligência. Nossas mil escolas de
ensino médio, praticamente todas desabando nas cabeças dos meninos porque a
governadora Roseana Sarney não se preocupava com isso”, diz.
Infelizmente ele esqueceu da maioria dos servidores públicos, em especial os servidores da polícia civil do Estado do mMaranhã, lamentável.
ResponderExcluirCom o voto da nossa família,ele vai pra 61%
ResponderExcluirLamentável vc não colocar os comentários que não condiz com sua postura partidária, isso vai encontro da sua grande credibilidade, ja conquistada.
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