O ex-ministro esteve em Belém para
convenção estadual do PDT.
Ele falou sobre a insatisfação popular e
criticou o pedido de prisão contra Lula.
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Ciro Gomes participa de convenção estadual do PDT, em BelémGabriela Azevedo |
Do G1 PA
O ex-ministro Ciro Gomes participou da
convenção estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Pará, neste
sábado (12), em Belém. Ele, que já foi anunciado pelo presidente do partido,
Carlos Lupi, como pré-candidato à presidência da república, preferiu não dar
como certa essa condição. “Eu vim para apoiar o partido. Se amanhã, no entanto,
o PDT quiser que eu seja candidato, serei com muito entusiasmo”, afirma.
Ciro se manifestou sobre a crise
política do país.“Há uma exasperação de ódio provocado por esse confronto miúdo
entre PT e PSDB que tem se espalhado pelo país inteiro”, diz. Para o político,
há oportunismo na convocação da população para o protesto nacional contra o PT,
previsto para ocorrer em diversas cidades do país no domingo (13).
O Brasil corre riscos extraordinários.
Tá ai o nosso povo sendo chamado pras ruas por corruptos notórios para defender
uma coisa que não tem cabimento, nem pé, nem cabeça", diz Ciro Gomes
“O Brasil corre riscos extraordinários.
Tá ai o nosso povo sendo chamado pras ruas por corruptos notórios para defender
uma coisa que não tem cabimento, nem pé, nem cabeça. A população, com razão,
está muito aborrecida com as condicionantes gerais do governo na área da
economia, mas também nos sinais contraditórios de decência. Sabemos nós que a
presidente Dilma é uma pessoa decente”, comenta Ciro Gomes.
Com a militância do PDT mobilizada, o
ex-ministro acredita que duas tarefas precisam ser realizadas. “Proteger a
democracia, proteger seus ritos, seus valores que estão em risco grave no
momento; e forçar a mão, reivindicar, suplicar que o governo mude de rumo”,
afirma.
Na peça de denúncia, completamente
risível, se não fosse trágica, pede-se a prisão preventiva de um homem que
nunca se recusou a comparecer à Justiça. Lula sequer foi acusado"
Pedido
de prisão de Lula "é um disparate"
Gomes criticou duramente o pedido de
prisão preventiva do ex-presidente Lula, solicitada pelo Ministério Público de São
Paulo. “É um dos maiores disparates políticos que eu já vi. Na peça de
denúncia, completamente risível, senão fosse trágica, você pedir a prisão
preventiva de um homem que nunca se recusou a comparecer à Justiça, acaba de
sair da presidência da república e não pode se esconder em qualquer lugar do
planeta porque é uma das personalidades mais conhecidas do mundo, não passa de
um disparate”, critica.
Para Ciro Gomes, o pedido trata-se de
uma arbitrariedade. “Você só pode subtrair a liberdade de uma pessoa depois de
presumida a sua inocência, se instalar um contraditório, garantir sua ampla
defesa, se atribuir o ônus da prova, e todos os recursos comprovados. Lula nem
sequer foi acusado”, critica.
Candidato
à presidência
Sobre confirmar a candidatura, Ciro afirma
que há liberdade para que o PDT tenha o próprio representante nas próximas
eleições, mesmo o partido sendo uma das alianças de apoio ao Governo
Dilma. “Isso sendo fato, nós não
estaremos no governo. Nós não temos a menor vocação pra ser traíra ou desleal.
Nesse momento, estamos com o governo e nos sentimos 'co-obrigados' a responder
pelas contradições do governo, porém temos autonomia, dada pela própria
presidenta Dilma, para formular nosso própria pressão para que ela mude de
rumo, e mude já, urgente, enquanto o povo ainda pode se reconciliar com ela”,
declara.
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha,
também compareceu à convenção do PDT. Ele acredita que uma candidatura de Ciro
Gomes seria uma alternativa para dar continuidade ao projeto de governo vigente.
“Para 2018, é importante ter candidaturas que possam assegurar a continuidade
das mudanças no nosso país. O PT naturalmente vai ter seu candidato, e os
companheiros do PDT têm direito também de lançar uma alternativa. Acho que eles
têm quadro para poder ser uma alternativa de poder e dar continuidade aos
avanços e conquistas do nosso país”, afirmou o senador.
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