Rádio Voz do Maranhão

domingo, 13 de janeiro de 2019

Jovens executados a tiros serão homenageados neste domingo nas comunidades Mato Grosso e Coquilho


As comunidades do Mato Grosso e Coquilho, na zona rual de São Luís, farão, neste domingo (13), homenagens aos três jovens executados a tiros na área do residencial Minha Casa, Minha Vida.

Pelas informações passadas ao blog, haverá torneio de futebol beneficente no campo do Coquilho, nas proximidades do Anexo do CEM São Cristóvão, a partir de 9h da manhã.

Por volta de 15h, está programada uma passeata com objetivo de continuar cobrando justiça para que os responsáveis pela chacina não fiquem na impunidade.

Segundo o poeta Paulo Roberto S. Lira, morador da comunidade, o objetivo também é dar continuidade à arrecadação de alimentos para as famílias dos três jovens.

“Sabemos que nada trará os meninos de volta. Porém o que pudermos fazer para aliviar um pouco da dor dos familiares, faremos”, disse Paulo Lira em contato com o blog.

Triplo assassinato

Os jovens Gildean Castro Silva, de 14 anos, Gustavo Feitosa Monroe,18, e Joanderson da Silva Diniz, 17, foram assassinados em uma região de mato no bairro Coquilho, zona rural de São Luís. A princípio, segundo a polícia, todos foram mortos por arma de fogo com tiros na nuca. A primeira suspeita é de que vigilantes de uma área de construção da região teriam cometido o crime.

Os corpos de Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Diniz foram enterrados na manhã de sábado (5) e Gildean Castro Silva foi enterrado à tarde no cemitério que fica localizado na própria comunidade do Coquilho.

PM preso

O policial militar Hamilton Caires Linhares foi preso na manhã de segunda-feira (7) por suspeita de participação no triplo homicídio dos três jovens na localidade Mato Grosso/Coquilho, na zona rural de São Luís.

As primeiras investigações apontam que os três jovens teriam sido perseguidos no interior do condomínio ‘Minha Casa, Minha Vida’, pela equipe de vigilância do local. Segundo o delegado Lúcio Rogério Reis, da Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP), as vítimas teriam sido cercadas em uma área de matagal e um disparo teria sido ouvido.

Os depoimentos das testemunhas afirmaram que os jovens estavam indo para uma área de banho próximo ao condomínio. Não existe comprovação eles teriam envolvimento com algum delito. Os mesmo estavam desarmados e foram executados com as mãos na cabeça, além de serem observados hematomas, que podem indicar tortura antes das execuções.

A equipe de vigilância do local já vinha tendo uma série de conflitos com os moradores da região, que usavam as dependências do condomínio para ter acesso ao mangue, de onde também tiravam caranguejos.

Mais dois PMs ouvidos

A Polícia Civil ouviu na quarta-feira (9) o policial militar João Inaldo Corrêa Júnior pelo assassinato de três jovens. O militar foi ouvido na Superintendência de Homicídios por ser o suposto dono de uma arma usada para dar um tiro para cima no dia do crime. Após o depoimento, o PM foi liberado.

Segundo a Polícia Civil, o PM Hamilton Caires Linhares, que está preso, confessou que perseguiu os meninos e deu um tiro para cima para assustá-los, mas negou a autoria do crime. Ele disse ainda que perdeu a própria arma e que usou uma arma emprestada pelo PM João Inaldo.

Na terça (8), a polícia já tinha ouvido o depoimento de outro PM identificado apenas como Leonardo, além de um agente penitenciário. Eles faziam a vigilância armada de um condomínio em construção na região, onde os meninos chegaram a ser vistos com vida um dia antes do crime.

Atualmente, a principal linha de investigação é de execução, principalmente pela forma como o corpo dos meninos foram encontrados. A Polícia Civil também identificou o tipo de arma usada no crime.

“Eles foram alvejados por uma arma de uso restrito calibre .40 e até então nós investigamos se o autor desse delito teve alguma colaboração. Como eram três adolescentes, acreditamos que seja pouco provável que essa pessoa tenha participado sozinho do crime. Outras pessoas devem ter cercado os meninos e uma só pessoa efetuou os disparos”, informou o delegado Dilson Pires.

Um comentário:

  1. Obrigado caro amigo, Gilberto Lima por nos apoiar nesta luta.
    Uma luta pela solidariedade aos amigos membros da família que ainda choram a dor da perca de seus entes queridos. Assim como a luta por um pedido de justiça, para que ela realmente seja feita.

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