Nahim Lemoel da Silva Ribeiro, acusado de atear fogo na sua
ex-companheira Dielli Iasmin Viana Costa, na manhã do dia 15 de outubro de
2017, no bairro Cidade Operária, em São Luís, vai cumprir pena de 6 anos e 4
meses de reclusão.
Ele foi condenado por tentativa de homicídio, em sessão de júri popular,
nesta quinta-feira (26), no Fórum Des. Sarney Costa (Calhau), sendo, após o
julgamento, levado de volta ao presídio. A motivação do crime seria porque o
réu não aceitava o término do relacionamento.
O acusado foi condenado a 14 anos de reclusão, sendo a pena reduzida por
causa de circunstâncias de diminuição da pena, como o fato das lesões
provocadas na ex-companheira não ter, segundo laudo constante nos autos,
deixado sequelas na vítima. Houve, ainda, atenuantes como a confissão do crime
perante a autoridade policial e à justiça. Nahim Lemoel da Silva não registra
antecedentes criminais.
O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Gilberto de Moura Lima,
que presidiu o julgamento, manteve a prisão cautelar do acusado, negando-lhe o
direito de recorrer da decisão do júri em liberdade. Na época do crime, Nahim
Lemoel da Silva saiu de São Luís e estava foragido até ser encontrado e preso
em Brasília (DF), onde estava morando. Atuou na acusação o promotor de justiça
Rodolfo Soares dos Reis e na defesa o defensor público Thales Pereira.
O réu foi condenado por tentativa de homicídio, com as qualificadoras
motivo fútil, uso de fogo, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da
vítima e violência familiar (feminicídio).
Na sentença, o magistrado afirma ser bastante grave a culpabilidade do
acusado, “logo, merecedora de elevada censura, tendo em vista que o delito foi
premeditado e executado com frieza”, ressalta.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Dielli Iasmin Viana, que havia
saído na noite anterior com o denunciado em uma tentativa de reatar o
relacionamento, na manhã do dia do crime estava dormindo sozinha em sua
residência. Nahim Lemoel da Silva Ribeiro foi até uma mercearia, comprou um
litro de álcool, entrou da casa e ateou fogo, inclusive no corpo da
ex-companheira. Em seguida, trancou a mulher dentro do imóvel e saiu andando
pela rua de forma bem tranquila.
Os vizinhos, ao sentirem o cheiro de fumaça, arrombaram o imóvel e
conseguiram retirar a vítima pela janela. Dielli Iasmin Viana Costa já estava
muito queimada e apenas pedia socorro. Foi encontrado na casa o litro de álcool
que o acusado utilizou para colocar fogo no local.
Consta na denúncia que o casal, que vivia maritalmente há sete meses,
tinha um relacionamento conturbado, com diversos términos e voltas. Nahim
Lemoel da Silva sempre ameaçava a companheira e o filho dela de três anos.
Na época do crime, a vítima tinha um filho de outro relacionamento. Hoje
ela é casada e tem mais dois filhos, sendo um bebê de seis meses. Dielli Iasmin
Viana foi ouvida durante o julgamento nessa quinta-feira (26).
A mãe dela e a irmã, arroladas pelo Ministério Público como testemunhas e
também compareceram à sessão do júri, foram dispensadas pelo promotor de
justiça no início da sessão do júri. Um primo do acusado, arrolado pela defesa,
foi ouvido.
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