Diversas lideranças políticas reagiram com
indignação o assassinato do músico Evaldo Rosas dos Santos, 51 anos, na tarde
do domingo (7), no Rio de Janeiro. O carro da família, conduzido por Evaldo,
foi fuzilado por 80 disparos feitos por militares do Exército deixando duas
pessoas feridas.
Além do músico, estavam no veículo cinco
passageiros que se dirigiam para um chá de bebê. As investigações apontam que
os militares confundiram o carro de Evaldo com os de bandidos.
“Um dia de domingo: cidadão é fuzilado por
´equívoco`; mulher é agredida por três homens em face de posições políticas;
jornalista da TV é ameaçado de morte em razão de reportagem. Essa é uma
característica do ethos fascista: a violência”, afirmou no Twitter o governador
do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Ele fez referência a agressão sofrida por
uma manifestante pró-Lula por três homens que defendiam a Operação Lava Jato em
ato público na avenida Paulista. O governador também lamentou uma ameaça de
morte que recebeu o jornalista da Globo Carlos de Lannoy por conta da
reportagem sobre o fuzilamento no Rio.
Segundo o governador, um projeto nacional
de bem-viver deve ter como meta superar o ódio entre os brasileiros e
brasileiras, promover a união em busca de um destino comum, respeitar as
diferenças e lutar contra as desigualdades que explicam fuzilamentos por
`equívoco`.
Para a líder da Minoria na Câmara dos
Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), essa não é segurança que o Rio precisa.
“Combater o crime não pode ser carta branca para fuzilamentos. Passamos de
´bandido bom é bandido morto´ para ´todo mundo é bandido`. E adivinhem quem são
os principais alvos dessa política desastrosa?”, questionou.
“80 tiros! Sim, 80 tiros. Foi o que o
Exército fez contra o carro de uma família em Guadalupe, no Rio. Confundiram
com ´criminosos`. Havia no carro uma criança de sete anos. O pai, Evaldo dos
Santos Rosa, músico, morreu na hora. Ah, sim, eram negros. Até quando?”, disse
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e
ex-candidato à Presidência da República.
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