O ministro Rogério Schietti Cruz, da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu uma liminar determinando
a soltura de Francisco Heydyne do Nascimento Sampaio, conhecido como
“Cearense”, acusado de orquestrar o assassinato do empresário/agiota Josival
Cavalcanti da Silva, o “Pacovan”. O crime ocorreu em 14 de maio deste ano, na
cidade de Zé Doca, a 314 km de São Luís.
A defesa de Francisco Heydyne, liderada pela advogada criminalista Sâmara Braúna, obteve a soltura do acusado ao recorrer a uma extensão da decisão que já havia beneficiado Fernanda Costa de Moraes, ex-gerente do Posto Joyce, também acusada de envolvimento no crime.
O ministro
Schietti determinou que o decreto de prisão temporária fosse suspenso até o
julgamento do habeas corpus, embora tenha deixado em aberto a possibilidade de
novas medidas cautelares, incluindo prisão preventiva, caso se justifique.
Fernanda Costa e Francisco Heydyne foram
presos em julho deste ano após investigações conduzidas pela Polícia Civil do
Maranhão. Segundo a polícia, o casal tramou o assassinato de Pacovan após o
empresário descobrir um grande desvio financeiro em suas contas bancárias,
supostamente cometido por Fernanda. O crime teria sido motivado pela pressão de
Pacovan para recuperar o dinheiro desviado.
Fernanda Costa era uma pessoa de extrema
confiança de Pacovan, com quem trabalhava há mais de 12 anos. Ela gerenciava
grandes somas em dinheiro para o empresário e realizava diversas transações
financeiras em seu nome. Entretanto, nos meses anteriores ao crime, a relação
entre os dois se estreitou após Pacovan desconfiar de um rombo financeiro.
O empresário começou a investigar as finanças
geridas por Fernanda e descobriu o desfalque, o que levou ao rompimento entre
eles. Fernanda teria prometido devolver o dinheiro, parcelando o pagamento em
cheques. No dia em que Pacovan foi assassinado, ele estava a caminho de Zé Doca
para cobrar uma dessas parcelas.
Francisco Heydyne, namorado de Fernanda e
caminhoneiro de profissão, foi apontado pela investigação como cúmplice no
crime, sendo preso em junho junto com Fernanda em um hotel em São Luís.
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