O vereador Beto Castro (de camisa amarela) observa o assassino disparando tiros contra o empresário |
O vereador Beto Castro (Avante)
prestou depoimento, na manhã deste sábado, 20, na Superintendência de Homicídio
e Proteção à Pessoa (SHPP), e deu detalhes sobre o assassinato do empresário
João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, de 46 anos, executado a tiros nessa
sexta-feira, 19, na porta do edifício Tech Office, na Avenida dos Holandeses, no
bairro Ponta d´Areia, em São Luís.
O vereador disse que marcou encontro
com a vítima nessa sexta, a fim de resolverem “suas coisas do dia a dia”.
Beto Castro afirmou que Bosco
trabalhava esporadicamente para ele, e tinha “elevada estima e apreço pela
vítima”, que fornecia cestas básicas para alguns vereadores da Câmara Municipal
de São Luís.
Após resolverem algumas
pendências, se deslocaram até o Tech Office, onde o vereador afirmou ter
marcado um encontro com o assessor de um ex-deputado e ex-secretário de
governo, candidato a deputado estadual nestas eleições. No entanto, a reunião
não chegou a acontecer devido ao crime.
Ao lado do vereador Beto Castro, o assassino retira a arma de uma mochila
Já na Praça de Alimentação, Beto
Castro relatou que encontrou com um amigo, que se juntou a eles em uma mesa e
ficaram conversando sobre política. Em dado momento, a vítima avistou o
suspeito, identificado por Gilbson Júnior, e teria dito: “Olha um vagabundo
ali”, mas não soube dizer se o indivíduo chegou a ouvir o insulto.
O vereador disse que Bosco
chamou Júnior para sentar-se à mesa com eles, e então começou a cobrar uma suposta
dívida, fato que fez os ânimos se alterarem. Percebendo a tensão entre os
envolvidos, o amigo de Beto Castro resolveu se despedir e foi embora.
A discussão prosseguiu, segundo
depoimento do vereador, sem saber informar o valor da dívida. Bosco seguia cobrando
Júnior de forma veemente, alegando que ele “não pagava porque não queria, pois
se tratava de um vagabundo”.
Beto Castro afirmou que tentou
acalmar os ânimos, sem sucesso, até que Gilbson Júnior resolveu se levantar e
saiu caminhando, mas Bosco o seguiu e continuou com a cobrança em tom elevado.
O vereador disse que percebeu que eles poderiam se agredir, e então resolveu
agir como mediador entre os dois.
O vereador contou que estava
convencendo Júnior a ir embora quando a vítima teria dito: “Rapaz, vagabundo
igual a ti não paga nem se colocar uma pistola na boca”. Foi quando, conforme
consta no depoimento, o autor puxou uma arma de fogo da mochila e atirou três
vezes contra Bosco, que tombou na porta do edifício.
Vereador Beto Castro verifica o corpo do empresário
Beto Castro contou que, após os
tiros, “em pânico”, correu para se abrigar, assim como outras pessoas, enquanto
o suspeito se evadia do local. Afirmou, também, que não teve nenhuma discussão
com o autor, nem era ele que possuía a dívida, conforme informações que
chegaram a circular logo após o ocorrido, e que Bosco seria o responsável por
fazer a cobrança com Gilbson. Frisou que o encontro entre eles ocorreu por
força do acaso.
O vereador ainda relatou que não
acredita em crime orquestrado, porque tudo se desenvolveu devido à discussão
acalorada entre os envolvidos.
O assassino está sendo procurado pela polícia
Por fim, Beto Castro destacou
que recolheu os pertences da vítima, a pedido dos policiais militares que
chegaram ao local do crime. Posteriormente, entregou o aparelho celular,
relógio, óculos, um cordão e uma pulseira para a esposa de Bosco, a qual não se
recorda o nome.
Com as imagens gravadas por
câmeras de segurança, a polícia segue em diligências para tentar localizar o
autor do crime, que ainda se encontra foragido.
O crime
O empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, de 46 anos, que trabalhava no ramo alimentício, foi morto a tiros, na tarde dessa sexta-feira (19), por volta das 14h30, na porta de entrada do edifício Tech Office, na Avenida dos Holandeses, na Ponta d´Areia, em São Luís. Ele foi atingido por três tiros na cabeça e tórax.
O vereador Beto Castro estava
com o empresário e o assassino. Em
imagens de vídeo, o assassino aparece caminhando ao lado do vereador. O
empresário assassinado aparece logo atrás. Em dado momento, o assassino saca a arma
da mochila e dispara contra o empresário, que morreu no local.
O empresário chegou a ser homenageado na Câmara de São Luís pelo vereador Beto Castro
De acordo as informações
repassadas por testemunhas, antes dos disparos houve uma discussão entre o
empresário e o assassino por conta de uma dívida financeira.
A polícia informou que a vítima
possuía registros criminais por atentado contra a liberdade de trabalho
mediante violência ou ameaça grave, estelionato e por ameaça e exercício
arbitrário das próprias razões (art. 345 – fazer justiça pelas próprias mãos).
Com informações do Jornal Pequeno
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