Os policiais militares Luís Magno da Silva (3º SGT
PM/94) e Geovane dos Santos Silva (SD PM/14) foram condenados a dois anos de
prisão sob a acusação de haverem praticado o crime de abandono de pessoa, na
forma qualificada, previsto no art. 212, § 2º, do Código Penal Militar. A
condenação foi imposta pelo juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo, titular da auditoria
da Justiça Militar do Maranhão.
Os policiais foram responsáveis pela condução do
jovem Marcelo Melo Machado, no dia 9 de setembro de 2021, na Pindoba, em Paço
do Lumiar. Ele foi encontrado morto em um matagal, em São José de Ribamar, no
dia 8 de outubro de 2021.
Em um vídeo da condução feita pelos PMs, Marcelo
está sentado, encostado em um poste, com as mãos livres. Em seguida, ele já
aparece sendo levado para a viatura, com as mãos amarradas por uma corda. Antes
de ser colocado no camburão da viatura, um policial perguntou qual o nome dele,
e Marcelo não respondeu.
Segundo a PM, a guarnição foi acionada porque
Marcelo estaria tentando adentrar as casas e aparentava estar sob efeito de
alguma substância. A mãe diz que isso pode ser a falta de medicamentos
controlados que ele toma, pois ele não é usuário de nenhuma substância
entorpecente.
Em vez de levar o jovem para uma delegacia da área,
onde seria feito o levantamento de toda a situação e tentativa de localizar
familiares, os policiais teriam perguntado a um grupo de homens, que bebiam em
um bar, se eles conheciam o conheciam. Ao responderem que sim, os PMs teriam
deixado Marcelo com esses homens. No dia seguinte, o jovem teria sido visto no
Cidade Verde, em Paço do Lumiar.
O corpo de Marcelo foi encontrado em uma área de
matagal, na Vila São José, em São José de Ribamar, na região metropolitana de
São Luís.
Mãe revoltada
Após tomar conhecimento da decisão do juiz, a mãe de
Marcelo Machado, Mirian Melo, manifestou indignação. Ela esperava que os PMs
fossem apontados também como responsáveis diretos pela morte do filho. “Condenar
esses policiais a apenas dois anos de prisão, não é punição. Quem foi condenado
mesmo foi meu filho. Não teve justiça. A justiça dos homens não serve pra nada”, desabafa a mãe.
Relato do juiz
Pelos depoimentos prestados e pelo relatório do
CIOPS (págs. 19-21, doc. ID 60643764, e págs. 07-09, doc. ID 60643766), foi
esta a dinâmica dos fatos: em torno de 09:00 horas Marcelo Melo Machado tentou
entrar em uma casa na Pindoba, sendo amarrado em um poste até a chegada da polícia.
Em seguida, com a chegada dos acusados, o ofendido foi desamarrado, saiu com aqueles
da localidade e, segundo os réus, deixado, mais a frente, com dois indivíduos
que disseram conhecer Marcelo. Por volta, das 11:00 horas, já nas proximidades
do Ilha Race, a vítima tentou entrar em outra residência, ficando na localidade
até as 17:00 horas, de onde saiu no sentido de São José de Ribamar para não
mais ser visto.
De acordo com o que se apurou, em que pese os réus
neguem que tenham percebido, era visível o estado de saúde de Marcelo, o que
não permitia que os acusados agissem como agiram, deixando-o com pessoas que,
sequer, identificaram. Frise-se que os réus afirmaram ter cumprido ordem do
CIOPS para deixar o ofendido em local seguro. Entretanto, os relatórios da
central acima mencionados demonstraram que o SGT MAGNO comunicou ao setor que
já haviam liberado Marcelo, não havendo, pois, ordem prévia do CIOPS. Assim não
há que se falar em cumprimento de ordem manifestamente legal de superior
hierárquico, como arguiu a defesa.
Entretanto, os réus não podem ser responsabilizados
nos termos do parágrafo segundo do artigo 212 do Código Penal Militar. Explico.
Os acusados liberaram o ofendido antes das 10:00
horas e entre 11:00 e 17:00 horas ele foi visto vivo e, aparentemente, sem
lesões. Dessa forma, passadas tantas horas, não há como se aplicar uma
agravação na pena dos acusados pelo resultado morte.
Caso assim este magistrado decidisse, violaria os
princípios da teoria geral do crime, mais especificamente a teoria finalista da
ação, que não permite a responsabilização penal por mera atitude causadora de
um resultado típico.
Assim, não vislumbro relação de causalidade entre o
abandono da vítima e o resultado morte, já que não se pode atribuir
responsabilização por tempo indeterminado aos acusados. Conclui-se, pois, sem
sombra de dúvidas, que houve a prática de abandono de pessoa pelos policiais
militares. Não há que se falar, entretanto, em forma qualificada pelo resultado
morte.
Dessa forma, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO
contido na inicial acusatória, condenando LUÍS MAGNO DA SILVA – 3º SGT PM nº
467/94 e GEOVANE DOS SANTOS SILVA – SD PM nº 1337/14, nos termos do art. 212,
caput, do Código Penal Militar.
Dosimetria da pena
Considerando o art. 69 do Código Penal Militar,
passo agora a dosimetria da pena:
A) LUÍS MAGNO DA SILVA: Culpabilidade: acima do normal a delitos desta espécie, visto que
houve elementos que ultrapassassem a previsibilidade comum do tipo. Personalidade: sem capacidade técnica para auferir critérios
psicológicos e antropológicos. Extensão
do dano: considerável, uma
vez que, diante da visível deficiência do ofendido, poderia ter o acusado deixado
este em local apropriado, merecendo uma reprimenda maior que a prevista ordinariamente.
Modo de execução: o acusado deixou a vítima com pessoas desconhecidas
sem, ao menos, identificá-las. Motivação: vontade consciente e deliberada de não fazer o que
lhe era imposto por lei. Circunstâncias
de Tempo e Lugar: delito
ocorrido em via pública, sendo, durante o dia, fato que não sobeja a previsão
comum do tipo. Primariedade: haja vista inexistir nos autos comprovação de
condenação anterior, devidamente transitada em julgado, tenho o réu como
primário.
Assim, fixo pena-base em 02 (dois) anos de detenção.
Considerando não haver causa de aumento ou
diminuição de pena, fixo a pena em definitivo no patamar acima dosado, qual
seja, 02 (dois) anos de detenção.
B) GEOVANE DOS SANTOS SILVA: culpabilidade: extrapola o normal a delitos desta espécie, visto
que houve elementos que ultrapassassem a previsibilidade comum do tipo. Personalidade: sem capacidade técnica para auferir critérios
psicológicos e antropológicos. Extensão do dano: considerável, uma vez que, diante da visível
deficiência da vítima, poderia ter o acusado deixado este em local apropriado,
merecendo uma reprimenda maior que a prevista ordinariamente. Modo
de execução: o acusado deixou a
vítima com pessoas desconhecidas sem, ao menos, identificá-las. Motivação: vontade consciente e deliberada de não fazer o que
lhe era imposto por lei. Circunstâncias de Tempo e
Lugar: delito ocorrido em
via pública, sendo, durante o dia, fato que não sobeja a previsão comum do
tipo. Primariedade: haja vista inexistir nos autos comprovação de
condenação anterior, devidamente transitada em julgado, tenho o réu como primário.
Assim, fixo pena-base em 02
(dois) anos de detenção.
Não há circunstâncias atenuantes e nem agravantes.
Considerando não haver causa de aumento ou
diminuição de pena, fixo a pena em definitivo no patamar acima dosado, qual
seja, 02 (dois) anos de detenção.
As penas deverão ser cumpridas no alojamento do
Quartel do Comando Geral, em regime aberto, por analogia ao art. 33, § 2º,
alínea c, do Código Penal.
Os apenados, nos termos do §1º do art. 36, do CPB,
deverão exercer suas atividades durante o dia e recolher-se às 21h00min, na
revista do recolher, e ser liberado às 07h00min do dia seguinte, inclusive aos
finais de semana e feriados.
Condições para benefício de
suspensão condicional da pena
Tendo em vista que se encontram preenchidos os
requisitos do art. 84 do CPM, e exercendo o mister descrito no art. 85, do
mesmo diploma legal, concedo-lhes o benefício da suspensão condicional da pena,
caso aceitem, pelo período de quatro anos, sob as seguintes condições:
1) Proibição de frequentar boates, casas de jogos,
bares e estabelecimento congêneres;
2) Proibição de ausentar-se da Comarca onde reside,
por período superior a 08 dias, sem autorização do Juiz; 3) Comparecimento
pessoal e obrigatório ao Juízo da Auditoria Militar do Estado do Maranhão até o
dia 10 de cada bimestre, para informar e justificar suas atividades.
Videos/reportagens sobre o caso
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eles foram muito inteligente não deixaram nenhum resquício de vestígio que pudesse inclimina -los pela morte do rapaz...até A miséria da justiça sabe que esses dois bandidos pago pelo nosso bolso São os assassinos...mais eles se livraram dessa...mais A JUSTIÇA DOS HOMENS É FALHA....MAIS DO JULGAMENTO DE DEUS ELES NÃO ESCAPARAM....BANDO DE BANDIDOS IMUNDOS.
ResponderExcluirESPERO QUE VOCÊ TENHA COMO PROVAR TAIS ACUSAÇÕES, TENDO EM VISTA QUE SÃO MUITO GRAVES!
ExcluirENGANA-SE, ACHANDO QUE PODE SE ESCONDER ATRÁS DESTE ANONIMATO DA PÁGINA!!
VOCÊ DEVERÁ SUM, RESPONDER PELAS SUAS ACUSAÇÕES!!
Acho que alguém aqui vai precisar de um bom advogado kkkkkkkkkkkkkk!!..
ExcluirVai procurar o que fazer vagabundo,em vez de tirar a vida dos outros,devia era apodrecer na cadeia...se fosse um filho de rico tu tava fedido.
ExcluirQue tal um vagabundo bandido desse ainda vem nas redes sociais ameaçar...dar licença marginal,imundice.
ExcluirEle tinha problemas mentais só isso vagabundo,nada justificaria tirar a vida dele...coisa ruim...bandido...banda podre
Excluirsó na mente de uma pessoa doida não cabe que esses dois malditos mataram ELE...só que eles fizeram um serviço bem feito....vão receber todo mês tranquilo o dinheiro nosso e com a consciência pesada de ter tirado uma vida de um deficiente.
ResponderExcluirESPERO QUE VOCÊ TENHA COMO PROVAR,PERANTE A JUSTIÇA, SUAS PALAVRAS!!
ExcluirA palhaçada é essa mãe achar que a culpa de tudo é dos policiais, a culpa é dela, que não teve atenção com o filho e deixou sair, descaso! Já que ela sabia que ele era doente, o primeiro responsável tinha que ser ela, e não a polícia, sem a negligência e descaso dela ele nunca estaria naquele lugar pra começo de conversa.
ResponderExcluirO certo independente de qualquer situação,o certo era a guarnição o ter conduzido para a delegacia.
ResponderExcluirToda instituição tem as suas laranjas podres, nesse caso são duas, dois maus policiais que nunca deceriam voltar a vestir a farda da briosa. Até na cadeira de presidente sentou um miliciano que foi expulso das FA porque queria explodir bomba nos quartéis.
ResponderExcluirPeça ao Rui palhano que aumente sua dose de medicamentos, está chegando a psicopatia sua situação.
ExcluirTá me chamando de doido, espero que tu tenhas um bom advogado.
ExcluirEi bostanaristas.! Se alguém de vcs observarem um jetski a deriva no mar, liguem para PF. O Bosta e seus filhos milicianos fugiram todos cagados com documentos e computadores, antes da PF arrombar o QG da milícia que eles comandam. Mas só liguem viu, porque a moto aquática está toda cagada. Eles são valentões só nas redes sócias, mas na hora da taboca rachar peidam na banana😂😂😂
ResponderExcluirVamos prender esses milicianos e alguns patriotarios, dica Decia do cu arrombado no JP, deu muito e tá doente.
ResponderExcluirA polícia civil tem é que investigar esses dois malditos polícias pra saber quantas pessoas desapareceram após a abordagem deles...com certeza esse ai não foi o primeiro...eles tem que ter consciência de que essa farda que eles usam é tudo pago pelo nosso próprio bolso...nada justifica esse ato brutal contra um incapaz.
ResponderExcluirO sujeito apronta com a farda do Estado e ainda vem nas redes sociais ameaçar a sociedade...é Brasil mesmo....bagunça geral...se fosse Estados Unidos tu ia apodrecer na cadeia bandido ruim.
ResponderExcluirEsse papinho de dizer que deixou ele ma rua após abordagem...É CONVERSA PRA BOI DORMI...ELES PENSAM QUE A SOCIEDADE É TOLA...DAR LINCENÇA.
ResponderExcluirEssa história de 2 anos de prisão isso não existe. ...isso aqui é Brasil daqui a duas semanas eles já estarão nas ruas abordando pessoas e soltando em qualquer lugar e depois são dadas como desaparecidas e quando se pensa são encontradas mortas...ISSO É BRASÍL...CU DO MUNDO.
ResponderExcluirComo é que estão os andamentos dos casos? Das jóias, Da compra das vacinas, Da reunião ministerial, Da interferência na PF, Do ajudante de ordens Mauro Cid, Marielle Franco,etc...
ResponderExcluirVão me dizer que isso não importa mais? Ou vcs estão sendo entretidos "manipulados", com outras matérias? É duido, não é? Descobrir que foram feitos de idiotas, palhaços, imbecis, Ah, não? Então me conta, como estão o andamento desses casos.
O PM lá de imperatriz acostumado a tirar vida dos outros...pegou em fio pelado...tirou a vida do Bruno calaça e se ferrou...perdeu a farda e aí ainda tá preso,sem contar que vai apodrecer na cadeia...nem os homens que estão na cadeia merecem receber um maldito desse lá.
ResponderExcluirEu conheço muitos policiais militares que são homens sérios e horam a farda ...mais tem um pequeno grupo que bagunça a corporação.
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