A família de Marcelo Machado, de 25
anos, que foi encontrado morto em um matagal na Vila São José 1, em São José de
Ribamar, após 30 dias desaparecido, cobra respostas sobre as circunstâncias da
morte do jovem que sofria de esquizofrenia.
Mesmo após se passar cinco meses
desde que o corpo foi localizado, o laudo pericial continua inconclusivo, o que
causa revolta ao pai de Marcelo.
“Ele era uma pessoa doente mental que
não sabia se defender e pior ainda que envolve o estado, pessoas que deveriam
ter dado apoio pra ele”, lamenta José Machado.
Para a mãe de Marcelo, Miriam Costa,
lembrar a forma como seu filho foi tratado pelos policiais é doloroso. “É tão
triste a forma que meu filho foi morto, que ele foi encontrado. Um ser humano
amarrado e doente, com problemas mentais”, diz ela.
Marcelo Machado saiu de casa, na Rua 4, casa 24-B, na Gancharia, região do Anjo da Guarda, em São Luís, no dia 6 de setembro deste ano. Ele foi visto pela última vez sendo colocado em uma viatura da Polícia Militar, no bairro Pindoba, em Paço do Lumiar, no dia 9 de setembro. A comunidade pediu reforço policial porque, supostamente, Marcelo teria entrado em uma casa.
O sargento Luiz Magno da Silva e o soldado
Giovani dos Santos Silva, que aparecem em vídeo colocando Marcelo na viatura,
com as mãos amarradas, foram afastados
por decisão do Comando Geral da Polícia Militar.
Ambos foram indiciados porque
abandonaram Marcelo, que estava sob custódia da PM e era incapaz de se defender
dos riscos resultantes do abandono, o que é considerado crime militar.
O delegado responsável pelo caso
afirma que o inquérito está na fase final e que as investigações devem ser
concluídas até o dia 30 de abril.
“O laudo já disse que não tem como
chegar a essa conclusão. Todos os exames que achamos necessários foram feitos,
a conclusão do inquérito está dentro do prazo, então possivelmente, ou até
mesmo antes do dia 30, ele deve ser encaminhado ao Poder Judiciário”, diz o
delegado Marconi Matos.
A Comissão de Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também acompanha o caso, ressalta que
cobrará providências sobre as causas da morte de Marcelo Machado.
“O fato de que a perícia foi inconclusiva
não permite que o inquérito seja encerrado sem a sua elucidação, então a OAB
cobrará providências seja do sistema de segurança pública do estado do Maranhão
como também do Ministério Público, para que a família possa saber o que
realmente aconteceu com seu ente”, afirma Erick Moraes, presidente da Comissão
de Direitos Humanos da OAB.
A TV Mirante questionou a Secretaria
de Segurança Pública do Estado sobre a possibilidade do inquérito ser encerrado
sem as circunstâncias da morte de Marcelo, como apontado pela OAB, mas não
obteve respostas.
Com informações do g1 MA
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