Em sessão
realizada nesta quarta-feira, 11, no Fórum Desembargador Sarney Costa, Gilbson
César Soares Cutrim Júnior foi condenado a 13 anos, 1 mês e 15 dias de
reclusão, em regime fechado, pela morte do empresário João Bosco Pereira
Oliveira Sobrinho. O crime ocorreu no dia 19 de agosto de 2022, por volta das
16h30, na Avenida dos Holandeses, nas dependências do Edifício Tech Office,
bairro Ponta da Areia.
O julgamento
foi conduzido pelo juiz José Augusto Sá Costa Leite e contou com a atuação do
promotor de Justiça Raimundo Benedito Pinto na acusação. Os trabalhos tiveram
início às 9h e foram concluídos por volta das 19h30.
O crime e a
condenação
De acordo com a
denúncia, o crime foi motivado por um desentendimento relacionado a uma dívida
envolvendo serviços prestados pela empresa SH Vigilância. Durante uma discussão
no local, Gilbson Júnior disparou três tiros contra João Bosco, sendo o último na
cabeça. O ato foi registrado por câmeras de segurança e ocorreu diante de
várias testemunhas.
Durante o
julgamento, Gilbson confirmou a autoria dos disparos, alegando ter agido sob
forte pressão emocional após supostas ameaças feitas pela vítima, inclusive de
sequestro contra um filho seu. O tribunal do júri, no entanto, considerou que o
crime foi cometido de forma premeditada e qualificou o homicídio por recurso
que impossibilitou a defesa da vítima.
O acusado, que
já estava preso preventivamente, não teve o direito de recorrer da sentença em
liberdade. Ele retornou à Penitenciária de Pedrinhas, onde permanece
custodiado.
O crime
O empresário
João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, de 46 anos, que trabalhava no ramo
alimentício, foi morto a tiros, na tarde do dia 19 de agosto de 2022, por volta
das 14h30, na porta de entrada do edifício Tech Office, na Avenida dos
Holandeses, na Ponta d´Areia, em São Luís. Ele foi atingido por três tiros na
cabeça e tórax.
O vereador Beto
Castro estava com o empresário e o assassino.
Em imagens de vídeo, o assassino aparece caminhando ao lado do vereador.
O empresário assassinado aparece logo atrás. Em dado momento, o assassino saca
a arma da mochila e dispara contra o empresário, que morreu no local.
De acordo as
informações repassadas por testemunhas, antes dos disparos houve uma discussão
entre o empresário e o assassino por conta de uma dívida financeira.
Em depoimento, após
ser preso, assassino revelou suposto envolvimento do vereador Beto Castro em
cobrança de propina
No dia 29 de
agosto de 2022, após ser preso, Gilbson prestou depoimento e disse que o
vereador Beto Castro estava exigindo 50% de um pagamento de R$ 788 mil da
Secretaria de Educação do Estado (Seduc), o que acabou desencadeando o
homicídio.
Em seu
depoimento, Gilbson Júnior disse que há cerca de um mês e meio um advogado
chamado Jean, seu conhecido, pediu-lhe uma ajuda na liberação de um valor que a
Secretaria de Educação devia à empresa de segurança H. C EIRELI. Que Jean disse
que lhe daria 30%. Afirmou Gibson que informou ao advogado que teria que
envolver mais uma pessoa nesta negociação, que seria o vereador Beto Castro,
pois este, com sua influência, poderia ajudar na liberação do valor.
Com a
concordância de Jean, o acusado disse que acionou Beto Castro afirmando que
daria a ele 20%. caso conseguisse a liberação do dinheiro junto à Seduc: no
total, R$ 778.000,00.
Acrescentou que
Castro aceitou a proposta e começou a agir para a liberação desse valor. No dia
17 de agosto, segundo o acusado, o vereador falou que queria receber era 50% do
valor, exigindo o dinheiro de qualquer maneira. O autor do crime disse que não
tinha como o advogado aumentar o valor. Conforme ainda o acusado, a cada meia
hora Beto Castro ligava e sempre com a mesma conversa, exigindo do interrogado
os 50%.
Numa das vezes,
o vereador passou o telefone para o cobrador, que ele sabia tratar-se de Bosco,
o qual não conhecia pessoalmente, mas já tinha noção de quem se tratava, pois
ele era conhecido cobrador aqui da cidade e tinha fama de sequestrador e
matador de gente, e que ele era cobrador pessoal de Beto Castro, inclusive,
tendo recebido uma comenda na Câmara Municipal de São Luís.
No dia
seguinte, 19, por volta das 08h, o interrogado ligou seu telefone, quando já
viu várias ligações de Beto, que ligou novamente, tendo Gilbson atendido. Na
conversa, ele disse que era para resolver, e, em seguida, passou o telefone
para Bosco, que, de início, perguntou onde o interrogado estava, pois queria se
encontrar naquela mesma hora para resolver imediatamente.
Acrescentou que
Bosco lhe disse, também, que sabia tudo de sua vida, que ele tem dois filhos,
sabia do seu endereço, sabia onde os filhos do interrogado estudavam, ameaçando
em seguida sequestrar seu filho mais novo, de nome Luan, de 9 anos de idade,
caso o interrogado não pagasse.
Diante das
ameaças, principalmente contra seus filhos, o acusado disse que ficou
desesperado, pegou uma arma guardada em sua casa e saiu, levando uma pistola
840, calibre .40, marca Taurus. Enquanto isso, segundo ainda o acusado, Beto
Castro ficou ligando para um irmão do acusado e também para o seu pai, com o
qual discutiu. Foi então marcada uma reunião no Tech Office. Ali, encontrou
Beto Castro e Bosco em uma mesa do Tapioca da Ilha.
Depois de uma
rápida conversa, Gibson (Jùnior) disse que decidiu ir embora. Levantou para
retornar ao seu carro, que estava estacionado na Fribal. Disse que enquanto
caminhava, Beto Castro e Bosco lhe acompanhavam e tentavam convencê-lo a ir até
o carro do vereador. Disse que não quis ir para o carro de Beto e que sua
vontade era de ir embora. Mas, segundo ele, Bosco e Beto Castro não deixavam o
depoente ir.
No caminho,
conforme o depoente, Beto falou: “Resolve isso hoje, Esse cara (referindo-se a
Bosco) vai fazer tudo que ele disse”. Bosco então completou: “Rapaz, deixa de
mão deixa comigo, vou agarrar o filho dele hoje mesmo”. Júnior disse que nessa
hora ficou transtornado, imaginando Bosco agarrando seu filho e acabou tirando
a pistola da sua bolsa e atirando por três vezes em Bosco. Em seguida, foi na
direção do seu carro e fugiu, jogando a pistola de cima da ponte do Jaracati,
tendo a arma caído no mar.
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Postagens sobre
o assassinato do empresário:
— Empresário é assassinado a
tiros na Ponta d´Areia, em São Luís
— Veja vídeo do assassinato de
empresário na Ponta d´Areia, em São Luís
— Identificado homem que matou
empresário na Ponta d´Areia, em São Luís
— Vereador Beto Castro confirma
em depoimento que assassinato de empresário foi motivado por dívida
— Polícia Civil divulga foto de
homem que matou empresário a tiros na Ponta d'Areia, em São Luís
— Preso homem que matou
empresário na Ponta d’Areia, em São Luís
Três bandidos brigando, resultado: um morto, um preso e um com mandato.
ResponderExcluirArmas foram feitas pras forças de segurança e milicianos usam pra cometerem crimes.
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