Familiares e amigos de três jovens
mortos no Coquilho, na zona rural de São Luís, em 3 de janeiro de 2019,
realizam manifestação na próxima terça-feira (02/11), para cobrar agilidade no
julgamentos dos dois envolvidos.
“Convidados a todos os amigos e
moradores da nossa comunidade a participarem de uma manifestação pacífica que
se realizará no dia 02/11/2021, às 16h, para mostrarmos para o poder público
que não esquecemos o que aconteceu com os nossos jovens, que foram brutalmente
assassinados, e que um dos culpados encontra-se foragido”, diz o comunicado.
O ponto de encontro será na Praça
Três Amigos, nas proximidades do Centro de Saúde, na Vila Coquilho, sendo que
haverá caminhada até o cemitério onde os três jovens foram sepultados.
Os corpos de Gustavo Feitosa Monroe,
de 18 anos, Joanderson da Silva Muniz, de 17 anos, e Gildean Castro Silva, de
14 anos, foram encontrados, no fim da manhã do dia 04 de janeiro de 2019, nas
proximidades de um residencial do Minha Casa Minha Vida, na região do
Coquilho/Mato Grosso, na zona rural de São Luís.
Envolvidos pronunciados a júri popular
Os dois acusados de matar os três jovens, o PM Hamilton Caires Linhares e o vigilante Evilásio Lemos Ribeiro Júnior, foram pronunciados a júri popular, em 23 de julho de 2019, pelo juiz Gilberto de Moura Lima.
O PM Hamilton Caires continua preso,
mas o vigilante Evilásio Júnior está em liberdade, com medidas cautelares, e
não tem sido localizado para intimação.
Embargos rejeitados
A defesa do policial e do vigilante
entrou, no dia 10 de janeiro de 2020, com recurso contra a decisão de pronúncia
do titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Gilberto de Moura Lima, de levar a
júri popular os dois acusados pela chacina dos três jovens.
Chamado de embargo de declaração, o
recurso pedia que fosse anulada a decisão do juiz Gilberto de Moura Lima.
Como os embargos foram rejeitados,
falta definir a data do julgamento no tribunal do júri. O que estaria
dificultando é a não localização do vigilante Evilásio Júnior. Ele teria sido
visto pela última vez em Matinha.
O advogado dele apresentou endereço
para intimação, mas o comprovante ficou ilegível. Ele foi intimado para
atualizar em até cinco dias. Depois disso, será expedida intimação por edital.
Em caso de não localização, poderá ser decretada a prisão de Evilásio, por descumprimento
de medidas cautelares.
A denúncia do Ministério Público
Segundo a denúncia do Ministério
Público, no dia do crime, os três adolescentes saíram de casa, em duas
bicicletas, para a localidade conhecida como "Romão", área de banho e
pesca. A estrada de acesso estava localizada dentro da construção do Residencial
Mato Grosso, empreendimento da Caixa Econômica, do programa do Governo Federal
"Minha Casa, Minha Vida".
Por volta das 14h, as vítimas foram
avistadas por um dos seguranças da empresa Ostensiva, que avisou aos seus
companheiros de serviço a possível entrada de invasores.
Alguns vigilantes e o policial
militar Hamilton Caíres Linhares, contratado extraoficialmente pelo dono da
empresa para dar suporte de segurança, foram em direção ao local em que os
adolescentes estariam.
Ainda, de acordo com a denúncia, os
vigilantes foram se dispersando pelo caminho e, conforme o depoimento dos
próprios denunciados, eles dois chegaram à entrada do matagal em que os corpos
foram encontrados. Consta nos autos que Hamilton Caires Linhares e Evilásio
Lemos renderam os jovens, sendo que o militar estava armado.
De acordo com o Laudo em Local de
Morte Violenta, pela posição em que os corpos foram encontrados, a primeira
vítima estaria em pé ou de joelhos quando o disparo foi efetuado; e a segunda e
terceira estavam deitadas com uma das mãos na cabeça quando foram alvejadas,
sendo que o projétil atravessou a mão e entrou na cabeça, ficando alojado. O
órgão ministerial acusou Hamilton Caíres de ter efetuado os disparos e Evilásio
Lemos, de atuar na rendição dos três rapazes.
Os corpos e duas bicicletas somente
foram encontrados no dia seguinte, quando os familiares sentiram falta dos
jovens e saíram em buscas nas imediações da estrada do "Romão", junto
com outros moradores, encontrando um óculos na trilha que dava acesso ao local,
depois comprovado que pertencia a Evilásio Lemos.
Depoimentos
Ao ser interrogado, o vigilante negou
a autoria do crime, confessando, em seu primeiro depoimento, que esteve na
entrada do matagal com o policial, mas não entrou no local, e ouviu três disparos
de arma de fogo. No segundo depoimento, ele disse que entrou depois do militar
e, como não mais avistou o PM e as vítimas, voltou para a motocicleta.
Já Hamilton Caires negou qualquer
envolvimento no delito e disse que apenas desferiu um tiro para cima para
assustar os supostos invasores, dizendo que nem chegou a vê-los. Quando foi
solicitado que entregasse sua arma para realização de exame de comparação
balística com os projéteis retirados dos corpos e do local do crime, ele disse
que perdera a arma, estojo e carregador, no mês de outubro de 2018, embora não
tenha noticiado o fato à corporação policial.
Na decisão de pronúncia o juiz Gilberto de Moura Lima afirma que há divergências entre as versões apresentadas pelos acusados e as testemunhas, competindo ao tribunal popular apreciar as versões. “Diante da existência de indícios de autoria e participação, assim como demonstrada a materialidade dos fatos, preenchesse, pois, os requisitos de admissibilidade da acusação em relação a todos os acusados”, acrescenta o magistrado.
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Gente ninguém vence o ESTADO...esse caso e o caso do Marcelo que foi encontrado morto está SEMANA...NÃO VAI TER NADA ...LOGO...LOGO TODOS OS POLICIAIS MILITARES ENVOLVIDOS VÃO ESTÁ NAS RUAS,FAZENDO ATÉ PIOR...SEMPRE FALO NINGUÉM VENCE O ESTADO...É A REALIDADE NO BRASIL INTEIRO.
ResponderExcluirEssas famílias eram pra ser indenizadas pelo prejuízo que tiveram por conta do estado ...mais a nível de Maranhão é muito improvável que isso aconteça...o estado alega logo desvio de conduta por parte das vítimas,impossível vencer o ESTADO...ainda mais se tratando de Maranhão.
ResponderExcluirEsse pm foi o autor dos disparos
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